Polícia

Adolescente mantida em cárcere privado em São Luís embarca de volta ao Rio

A garota tinha sumido em 6 de março e foi encontrada nesta terça-feira (14) em uma quitinete na capital maranhense.

Imirante

Atualizada em 16/03/2023 às 14h56
A adolescente foi sequestrada no Rio de Janeiro pelo maranhense Eduardo da Silva Noronha. (reprodução)

SÃO LUÍS - A adolescente trazida do Rio de Janeiro e que estava sendo mantida em cárcere privado, já embarcou de volta à sua casa, no Rio de Janeiro. O avião saiu de São Luís na manhã desta quinta-feira (16).

Lindalva Leonardo, do Conselho Tutelar da região da Vila Luizão, estava responsável pela menina desde quando ela foi encontrada. "A menina foi entregue bem. Ela estava com o pai e uma policial que veio pra cá pra fazer a escolta deles", disse.

Ainda de acordo com Lindalva, enquanto esteve sob os cuidados do conselho, a menina teve todo o acompanhamento e exames necessários, incluindo atendimento psicológico.

"Tudo o que poderia ser feito com ela, aqui em São Luís, foi feito. Ela teve todo o suporte pelo Conselho e, em hora nenhuma, ela foi desassistida. A partir do momento que recebemos a denúncia, cuidamos dela, com o apoio da Casa da Mulher Brasileira, até o momento em que a entregamos para voltar pra casa", concluiu.

O pai da menina, Alessandro Santana, havia embarcado em um voo ontem (15) para São Luís para buscar a filha, que esteve abrigada na Casa da Mulher Brasileira na capital maranhense.

Entenda o caso

A adolescente foi sequestrada no Rio de Janeiro pelo maranhense Eduardo da Silva Noronha e conseguiu pedir socorro na última sexta-feira (10), ao utilizar o wi-fi de uma loja na capital maranhense. A vítima foi trazida do Rio de Janeiro até o Maranhão de carro. 

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Segundo informações policiais, Eduardo da Silva Noronha levou a menina para comprar roupas em uma loja, momento em que ela conseguiu acessar uma conta no Instagram e pedir por ajuda para sua irmã. A partir disso, as equipes de polícia do RJ e do MA passaram a fazer buscas utilizando a última localização do celular e chegaram, nessa terça-feira (14), à quitinete onde Eduardo mantinha a menina em cárcere privado.

Eduardo foi preso no local, ao chegar do trabalho. O sequestrador negou ter estuprado a adolescente e afirmou que apenas a beijou. Contudo, a legislação considera como estupro de vulnerável mesmo quando não há conjunção carnal, em menores de 14 anos. Portando, Eduardo deve responder pelo crime. 

Segundo informações da delegada Ellen Souto, titular da Delegacia de Descoberta de Paradeiros, a criança não sabia em que cidade estava, sabia apenas que estava vindo ao Maranhão. À polícia, a menor de idade relatou que Eduardo fez um documento falso para ela, para que os dois pudessem cruzar o país sem ter problemas.

A delegada explicou que foi Eduardo quem pediu o wi-fi da loja em que estava com a menina para fazer um Pix e pagar as compras. “Ela aproveitou a senha para acessar o Instagram e mandar uma mensagem para a irmã, dizendo que estava numa quitinete, não sabendo explicar onde era. As únicas mensagens enviadas diziam que ela ficava trancada o dia inteiro e não tinha nenhuma possibilidade de fuga. Começamos a levantar num raio ao redor desse estabelecimento comercial as quitinetes a partir das características fornecidas pela vítima no pedido de socorro”, descreveu Ellen.

Foram três dias de buscas na capital maranhense até a localização da jovem e a prisão de Eduardo. “Nós conseguimos, através de informações entre a delegada do Rio de Janeiro e a nossa equipe de inteligência, chegar ao local do possível cárcere da jovem. Ela se encontrava trancada em uma quitinete no bairro da Divinéia. Estávamos tentando abrir a porta, quando ela abriu a janela. Percebemos realmente que ela ficava trancada dentro da casa. Um crime de sequestro, ela só tem 12 anos de idade”, detalhou o delegado Marcone Matos.



 

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