Repúdio

Bancada maranhense repudia chefe do MP em nota pública

Assinada pelo deputado federal Cléber Verde, coordenador da bancada maranhense, documento assegura que há apoio de maior parte do colegiado à nota.

Ronaldo Rocha / Ipolítica

Atualizada em 05/08/2022 às 10h16
Eduardo Nicolau é chefe do Ministério Público Estadual (Divulgação)

SÃO LUÍS - A bancada federal maranhense no Congresso Nacional divulgou uma nota de repúdio contra o procurador-geral de Justiça do Maranhão, Eduardo Nicolau, chefe do Ministério Público Estadual, após a polêmica envolvendo a promotora de Justiça Litia Cavalcanti.

Litia divulgou um vídeo na manhã de ontem (quinta-feira), afirmando ter sido exonerada de um órgão interno do MP, após ter intensificado investigações a respeito da aquisição - por parte do Governo do Estado -, do ferryboat José Humberto.

Parte da imprensa chegou a informar que a promotora havia sido exonerada da Promotoria de Defesa do Consumidor. Em nota, o comando do MP explicou, contudo, que ela havia sido excluída apenas da coordenação do Centro de Apoio de Defesa do Consumidor, um órgão auxiliar da administração do MP.

Em nota - assinada pelo deputado federal Cléber Verde -, que é o coordenador do colegiado em Brasília, a bancada sugere articulação política de Nicolau junto ao Palácio dos Leões. 

O documento cita uma suposta “declaração pública” da preferência política - por parte de Nicolau ao governador Carlos Brandão -, e afirma que atuação do procurador-geral de Justiça arranha, com a sua postura a imagem do Ministério Público Estadual.

Apesar de a nota ter sido assinada apenas por Cléber Verde, o documento afirma que a maioria dos membros da bancada federal sustenta a manifestação.

“A maioria dos membros da Bancada Federal do Maranhão manifesta sua preocupação quanto à postura adotada pelo Procurador-Geral de Justiça do Estado na sua relação com o Governo do Maranhão. A Lei Complementar nº 40/1981, que disciplina a organização do Ministério Público Estadual (MPE), é clara ao definir que a instituição é responsável pela defesa da ordem jurídica e dos interesses indisponíveis da sociedade, e pela fiel observância da Constituição e das leis. Depreende-se da norma, portanto, que não configura papel do Procurador-Geral de Justiça selecionar quando e a quem as leis são aplicáveis, perseguindo prefeitos e até mesmo promotores não alinhados ao Governo do Estado. Também não se afigura razoável que o Procurador-Geral de Justiça se imiscua em assuntos da esfera federal, enquanto veda os olhos para possíveis ilícitos cometidos pelo Governo do Maranhão e seus aliados”, destaca trecho da nota. 

E continua: “Tampouco cabe ao Procurador-Geral de Justiça atuar como órgão de consultoria do Governo Estadual, como se tem observado no caso da travessia de ferryboat que liga São Luís à Baixada Maranhense. A declaração pública de sua preferência política pelo atual governador nas eleições que se avizinham, assim como sua participação em fotos, reuniões e eventos com propósito claramente eleitoral são incompatíveis com a função pública que deveria exercer e, por isso, igualmente condenáveis. Ao publicar a presente Nota, a maioria da Bancada Federal do Maranhão pugna pela preservação da imparcialidade do Ministério Público Estadual, cuja reputação vem sendo reiteradamente arranhada por aquele que deveria ser seu maior guardião. Que o Procurador-Geral de Justiça reveja imediatamente sua postura, pois os maranhenses precisam e merecem poder confiar em suas instituições”. 

Leia aqui a íntegra da nota de repúdio da bancada maranhense

Outro lado

O Imirante entrou em contato com a assessoria de comunicação do Ministério Público Estadual e aguarda um posicionamento do procurador-geral de Justiça sobre o fato.

Rebateu

O deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), afirmou que não foi ele, um dos membros do colegiado que supostamente dão sustentação à nota de repúdio da bancada maranhense no Congresso Nacional. 

Ele cobrou a divulgação dos nomes de todos os signatários.

“Não assinei nota supostamente da bancada maranhense no Congresso Nacional questionando a atuação do Ministério Público de nosso estado. Os signatários devem assumir e não se esconder na informação de que a maioria da bancada assinou. Reitero meu respeito e confiança no MPMA”, disse.

A bancada federal maranhense é composta por 18 deputados federais e três senadores da República.

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