Eleições no MA: debate adiado?
Vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão, em entrevista ao Bom Dia Mirante, preferiu não falar em sucessão para o Palácio dos Leões mesmo diante dos movimentos políticos de demonstração de força de seu principal adversário, senador Weverton Rocha
SÃO LUÍS - Um dos nomes apontados para a sucessão governamental no estado em 2022, o atual vice-governador, Carlos Brandão (PSDB), disse em entrevista nesta terça-feira (30), ao quadro “Bastidores”, do Bom Dia Mirante, que o debate sobre a sucessão ao governo Flávio Dino (PCdoB) deve ficar neste momento em segundo plano. Obviamente que, apesar do discurso externo, internamente a “briga” pela aglutinação do maior número possível de contemplações de partidos da base de apoio para as “chapas” Brandão e senador Weverton Rocha (PDT)ocorre há algum tempo.
Na própria entrevista ao jornalista Clóvis Cabalau, o vice-governador deu a entender que o assunto está na sua agenda de discussões diárias. E ainda que suavemente se posicionou ao dizer que “quer estar sim neste debate”.
O temor em colocar o assunto na ordem do dia pública, ainda que seja na seara política, explicita a preocupação não somente do vice-governador como de outras autoridades em posicionar temas sucessórios em detrimento da pandemia. É um temor justo, sem dúvida. Não colaria bem diante do seu futuro eleitorado discutir política em vez de saúde.
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No entanto, crer que a sucessão para o ano que vem, em nenhum momento faça parte das conversas entre aliados de Brandão, de Weverton e de Flávio Dino no dia-a-dia é de uma ingenuidade absurda.
Nos últimos dias, aliados de Brandão tentaram encaixar uma “verdade relativa” de que Flávio Dino já estaria no interior do Maranhão apresentando o seu vice como sucessor. Ora, o governador correria este risco de, faltando mais de um ano para as eleições, perder apoios fortes como PDT, DEM e outras siglas? Neste caso, não é do interesse dinista e tampouco destas legendas.
Tanto Weverton quanto Brandão tentam, a todo custo, manter suas imagens ligadas à de Flávio Dino. No caso de Brandão, esta relação é bem mais simples de ser feita, por motivos óbvios. Já para o pedetista, exige um esforço maior e as redes sociais, neste caso, funcionam como um “aliado”. No dia 26 de março deste ano, Weverton escreveu: “Corretísstimas as medidas de auxílio econômico anunciadas pelo governador Flávio Dino”. A soma do elogio e a agenda (social no caso) são ingredientes neste caso para tentar colar a imagem.
É uma briga de foice das duas correntes que lutam pela sucessão dinista que obrigarão Flávio Dino a usar de sua habilidade política talvez como nunca tenha ocorrido desde que se assumiu como homem público. Talvez nem mesmo quando derrotou o grupo político dos Sarney. Mesmo porque Dino quer evitar o que aconteceu em São Luís, quando foi obrigado a “assinar” com um consórcio que diluiu seus votos entre diferentes candidatos, favorecendo a eleição de Eduardo Braide.
Não, o debate neste caso não foi adiado. Ele acontece e de forma intensa.
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