SÃO LUÍS – A greve dos trabalhadores rodoviários do sistema de transporte público de São Luís completa, nesta terça-feira (3), 13 dias. Há uma semana, a categoria parou 100% da frota de ônibus da capital maranhense. A paralisação teria início no dia 22, mas foi adiada por 24h. Sem ônibus em ruas e avenidas da cidade, os mais de 700 mil usuários atendidos pelo sistema tiveram que recorrer ao transporte alternativo, que aproveitou para faturar em rotas não antes exploradas, como São Francisco, Renascença e Cohafuma, por exemplo.
Nos primeiros dias da greve parcial dos rodoviários, fiscais da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) amanheceram nas portas das garagens para tentar garantir a circulação de, pelo menos, 70% da frota, conforme foi determinado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA). Após diversas rodadas de negociação, Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (Sttrema), Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de São Luís (SET) e a Prefeitura de São Luís não chegaram a um acordo, e a greve tomou um rumo mais radical.
Na semana passada, a paralisação prejudicou até mesmo os próprios rodoviários. O sindicato havia programado um ato público, com uma caminhada dos rodoviários nas ruas do Centro da capital maranhense. Sem transporte, muitos não compareceram e o movimento foi cancelado.
Pela proposta original, os rodoviários reivindicavam o reajuste salarial de 25%, aumento no valor do tíquete-alimentação, que passaria de R$ 429 para R$ 600; inclusão de um dependente no plano de saúde; redução da jornada de trabalho de oito para seis horas diárias; e seguro de vida obrigatório no valor mínimo de 10 vezes o valor do salário, conforme determinada a Lei Federal nº 12.619/2012. Nas reuniões com os empresários e a prefeitura, os rodoviários retrocederam e diminuíram a porcentagem de reajuste salarial.
Ontem (2), a Prefeitura de São Luís obteve parecer favorável do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MA) 16ª Região quanto à ilegalidade do movimento grevista dos rodoviários na capital: o tribunal determinou a retomada da circulação de pelo menos 70% da frota, o que não ocorreu. A multa pelo descumprimento dessa medida já ultrapassou meio milhão de reais.
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