SÃO LUÍS - São Luís já enviou o plano de contingência para a dengue ao Ministério da Saúde. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Gutemberg Araújo, o documento foi encaminhado ao ministério no dia 25 deste mês e contempla ações já desenvolvidas pelo município. Vale ressaltar que o serviço de combate de endemias está paralisado desde o dia 22. Os agentes, que estão reivindicando melhorias nas condições de trabalho, realizaram na manhã de ontem uma manifestação em frente à Prefeitura. Ainda não há previsão para o fim da greve da categoria.
O secretário afirmou que não houve demora no envio do plano contingencial da dengue e destacou que o prazo dado pelo MS findaria somente no dia 31. Entre os pontos abordados no estudo Araújo destacou que muitas ações já são colocadas em prática pela Semus. “Esse plano contempla as ações rotineiras e até as emergenciais levando se em consideração um eventual surto da dengue”, disse o gestor da Semus.
As ações preventivas e participativas serão realizadas em parceria com outros órgãos da administração municipal como a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp), no caso da coleta de lixo, e com organizações não-governamentais. “Além de apresentar as medidas contingenciais, foi traçado também um plano emergencial, e podemos afirmar que estamos preparados para tratar uma epidemia da doença, caso ocorra”, ressaltou o secretário.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES), por meio da Superintendência de Vigilância Epidemiológica, também é parceira da Prefeitura Municipal. Além do governo estadual, o Exército também firmou parcerias com a Semus.
Gutemberg Araújo também afirmou que o índice de infestação predial da capital está muito abaixo do que é considerado pelo Ministério da Saúde como risco de surto e informou que em apenas um dos itens verificados pelo órgão federal inclui São Luís nesse risco. “O Governo Federal considera que um índice preocupante é a partir de 4%, e nesse item nós temos 0,9%, o que é caracterizado como satisfatório”, explicou.
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Outro ponto comentado pelo secretário foi portaria do ministério que determina que casos graves e mortes por dengue sejam notificados em até 24 horas. “Foi uma medida importante, para que exista mais controle de todos os casos no país. Essa determinação está sendo repassada aos nossos funcionários”, comentou.
Greve - Embora o secretário Gutemberg Araújo afirme que a Semus está pronta para agir caso exista um surto da doença, o trabalho desenvolvido pelos agentes de controle de endemias está comprometido desde o dia 22 de janeiro. Isso porque desde então a categoria deflagrou uma greve para cobrar melhorias das condições de trabalho.
A maior reclamação dos agentes diz respeito aos equipamentos de proteção individual (EPIs). Em marcha realizada na manhã de ontem, que culminou com um ato público em frente ao Palácio La Ravardière (sede da administração municipal), centenas de servidores cobraram do prefeito João Castelo e do secretário Gutemberg Araújo uma maior atenção à classe. Conforme explicou o membro da diretoria do sindicato dos agentes de combate a endemias de São Luís, Bernardo Medeiros, os materiais estão em sua maioria sucateados e até o veneno utilizado para matar o mosquito Aedes aegypti estava vencido. “Os agentes estão trabalhando sem nenhuma condição, sem usar filtro solar, máscaras e óculos de proteção”, afirmou.
A falta dos óculos de proteção, além de comprometer a visão, chegou a causar o afastamento de função do agente Carlos Roberto da Silva Gomes. Há mais de 15 dias ele contraiu uma infecção que, segundo o médico que o atendeu, foi causada pelo veneno utilizado. “Nós não estamos fazendo os exames periódicos e nessa situação tem outros colegas”, disse Carlos Roberto, que, com a receita na mão, disse que os exames foram antecipados, dada a gravidade de sua situação.
Segundo o advogado do sindicato, Marcos Vinícius Azevedo de Andrade, haverá uma reunião na manhã de hoje com a procuradoria do município na Prefeitura para tratar da questão. Ele afirmou ainda que será realizada uma nova manifestação, a partir das 10h, no Parque do Bom Menino.
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