SÃO LUÍS – Despertar a atenção dos alunos em sala de aula é um desafio que, certamente, os professores aceitam a cada novo dia de aula. Para conquistar o interesse dos alunos em aprender, muitas vezes, os mestres precisam inventar e reinventar maneiras que tornem o conteúdo mais atraente. Em Barra do Corda, no interior do Maranhão, o professor Wellington Luís desenvolveu uma engenhoca para demonstrar, em sala de aula, o processo de fabricação do biodiesel. O protótipo está em exposição no Universo IF, evento organizado pelo Instituto Federal do Maranhão (IFMA) durante a nona edição do Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação (Connepi).

Com responsabilidade ambiental e criatividade, o professor da disciplina operações unitárias / processos industriais, do curso técnico do IFMA de Barra do Corda, conseguiu desenvolver um reator que o auxilia na dinâmica, dentro de sala, para ensinar a disciplina de química para aos estudantes do Ensino Médio Tecnológico do Instituto.

O aparato é criado a partir de materiais alternativos que são encontrados facilmente. Por exemplo, vasos de vidro, mixer de líquidos e aquecedor de água são usados na fabricação do reator. “O preço de mercado do equipamento custa, em média, R$ 15 mil e esse aqui saiu por R$ 150,00”, diz o inventor do protótipo. Além de baratear o custo de produção, o reator tem função didática. Os alunos podem acompanhar todas as etapas de fabricação do biodiesel e, enquanto isso, o professor repassa o conhecimento de maneira mais atraente.

O reator didático para produção de biodiesel, desenvolvido por Wellington, também usa conteúdo de fácil acesso. As substâncias usadas, em sala de aula, para a fabricação podem ser encontradas dentro de casa. “nós usamos óleo vegetal ou gordura animal e soda caustica para servir de acelerador do processo; o resultado da operação demora cerca de uma hora e produz dois litros de biodiesel”.

Além da criatividade, o professor se mostra preocupado com o meio ambiente e em incentivar a pesquisa dos alunos em fontes renováveis de energia, como o biodiesel. “A redução de emissão de gases poluentes na atmosfera deve ser trabalhada em sala de aula com os alunos para conscientizá-los sobre a necessidade de conservação do planeta”, declara Wellington. Segundo o professor, o biodiesel produzido pelos alunos já foi testado com eficiência no processo. “Outro professor produziu o biodiesel, abasteceu o automóvel e saiu dirigindo”. Ele conclui afirmando que “não é somente a química que pode usar o reator didático. Disciplinas como física e geografia também, ou seja, tem como expandir as possibilidades de ensinar o conteúdo usando outras ferramentas além do quadro”.

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