Insegurança é grande em colégios estaduais

Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 14h11

SÃO LUÍS - O episódio de agressão envolvendo o aluno Diego de Sena, do Complexo Educacional Edison Lobão (Cegel) e o parente de outro estudante, nas dependências da própria instituição de ensino ocorrido quarta-feira última, expôs novamente a fragilidade da segurança em escolas públicas maranhenses. O caso aconteceu quarta-feira última, mas o clima de medo ainda tomava conta de boa parte dos funcionários e alunos do Cegel, ontem pela manhã. Outras escolas estaduais também têm o sistema de segurança falho e registros de violência.

Para a comunidade escolar, muitos destes problemas são registrados pela falta de um controle rígido no acesso à portaria das instituições de ensino. “Se a entrada e saída de pessoas estranhas tivessem mais critérios, esses problemas não aconteceriam”, destacou a mãe de um aluno do Complexo Educacional, que preferiu não se identificar.

Segundo apurou O Estado, o suposto tio de um aluno teria entrado no Cegel para cobrar satisfações de outro estudante, que havia ameaçado o seu sobrinho. “A violência no Complexo nos assusta. No dia desta briga, ficamos apavorados. Já aconteceu de pais entrarem aqui e agredirem funcionários na diretoria. Acho um absurdo”, ressaltou a aluna Deusilene Silva.

Acesso

Bastou poucos minutos, ontem, na frente do Cegel, para verificar que o acesso à escola não tem controle rígido. Além do vigilante, fica também na guarita outro funcionário abordando as pessoas e autorizando o acesso. Para alguns, é pedido o documento de identificação, para outros não. Uma mulher entrou ontem facilmente só dizendo que iria entregar o livro para uma aluna.

Em outro momento, foi a vez de um motociclista informar que queria falar com o funcionário que atende pelo nome de Miguel e ter o portão de acesso a veículos aberto, sem muitas perguntas. O Estado tentou falar com o diretor, mas foi informado que ele estava em reunião.

A violência não é um problema só do Cegel. Na Unidade Integrada São Raimundo, semana passada, um funcionário levou um tiro no joelho, após tentar evitar uma briga entre um aluno e o integrante de uma gangue, dentro da instituição de ensino.

Alunos do Centro de Ensino Médio Bacelar Portela, na Ivar Saldanha, também denunciaram a existência de colegas de turma envolvidos em gangues e uso de drogas. “Ainda não presenciei brigas dentro da escola. Mas conheço colegas que vêm armados para as aulas”, informou a estudante que se identificou apenas como Rosilene.

Segundo a diretora-geral do Bacelar Portela, Socorro Brandão, os funcionários que trabalham na portaria do colégio são orientados a exigir a identificação das pessoas e permitir a entrada somente depois de autorização da diretoria da escola. “Fazemos um controle rígido para evitar que estranhos invadam a escola. Graças a Deus, não temos brigas aqui dentro da escola”, assegurou a professora.

Ela acrescentou que os assaltos nas redondezas da instituição é que tiram o sono da comunidade escolar. O problema maior ocorre no canto próximo à Escola Coelho Neto. “Os ladrões levam tênis, celular e dinheiro. Toda vez que isso acontece, chamamos o grupo da Polícia Militar especializado em violência escolar, eles passam alguns dias aqui e depois vão embora”, contou ela, lembrando que este ano o carro de um professor do Bacelar Portela foi arrombado em pleno pátio da instituição.

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