O moderno CD pode estar com os dias contados

CNN.com.br

Atualizada em 27/03/2022 às 15h28

NOVA YORK -- Lembra do vinil? Virou coisa de nostálgicos e colecionadores. Pois o moderno CD pode ter o mesmo destino, em menos tempo.

Nos últimos anos, os fabricantes e as gravadoras apresentaram dois novos formatos musicais que, eles esperam, poderão substituir o CD. São o DVD-Audio e o Super Audio Compact Disc (SACDs).

"O número de títulos está crescendo rapidamente", diz John Trickett, presidente da 5.1 Entertainment Group, que produziu quase 100 títulos de DVD-Audio. "Se você compara com o lançamento do CD, está realmente seguindo o mesmo padrão, mas um pouco mais depressa".

Os SACDs e os DVD-Audios, quando ligados às caixas de som certas, têm um som superior ao dos CDs comuns. Partes de uma gravação que estão lá no fundo de uma música - uma batida de bateria, um violão extra, talvez alguns backing vocals - são agora revelados, claros como cristal.

É claro que os novos formatos exigem um investimento dos consumidores - e muitos deles parecem satisfeitos com o som do CD e sequer ouviram falar das novas mídias.

Mesmo que os novos discos custem mais ou menos o mesmo que o CD, cerca de 19 dólares no mercado norte-americano, o consumidor terá que comprar novos aparelhos para reproduzi-los.

"Nem todo mundo está procurando uma experiência com vários canais. Querem apenas um formato barato, conveniente e com bom som", diz Jon Iverson, da revista especializada Stereophile.

Mais dados

Tanto o DVD-Audio quanto os SACDs podem guardar várias vezes os dados contidos nos CDs comuns. Eles também têm o sistema surround sound, em vez do estéreo dos CDs.

O jazzista Dave Brubeck recentemente ouviu uma versão remasterizada em SACD de seu clássico álbum "Time Out". A diferença, segundo ele, é surpreendente.

"Ninguém sequer sabia que havia limitações - agora você pode realmente ouvir aquilo que antes não ouvia. Você pode ouvir os instrumentos melhor e de uma forma mais natural, como se os estivesse ouvindo ao vivo", diz Brubeck.

Isso pode parecer semelhante com o que os consumidores ouviram quando os CDs surgiram. Mas Iverson diz que os CDs, embora mais convenientes e duráveis do que o vinil, tiveram realmente seu som considerado inferior por muitos ouvintes.

"Um bom vinil deixará você um pouco mais perto do real desempenho do som do que um CD", diz Iverson.

Segundo ele, o DVD-Audio e os SACDs são "certamente um formato de som melhor do que os CDs".

David Kawakami, diretor do projeto do SACD da Sony, que foi pioneira no formato juntamente com a Philips, diz: "Se você fala com alguém na rua, acho que a maioria vai dizer que o CD está bem assim".

"Mas sempre houve uma parcela do mercado que achou que faltava alguma coisa ao CD em alguns aspectos. As coisas que eles dizem que sacrificamos quando fizemos a transferência do CD para o vinil são coisas como o ardor e a capacidade de registrar o ambiente em torno dos instrumentos", acrescenta.

Kawakami diz que o SACD é "basicamente uma experiência tridimensional". Segundo ele, a música tem profundidade, largura e altura.

"É como se você estivesse numa sala de concertos, você ouve não só a música vindo até você, mas vindo para você. Ela também ricocheteia pelas paredes", conta.

O som do DVD-Audio é comparável ao dos SACDs e o formato oferece bônus semelhantes aos dos DVDs de vídeo.

Os ouvintes poderão assistir a vídeos, por exemplo, ou cantar acompanhando as letras das canções, que aparecem na tela da tevê.

Outro bônus que interessa aos fabricantes e vendedores, empenhados no combate à pirataria, é que a relativa complexidade dos DVD-Audios e dos SACDs torna-os muito mais difíceis de serem copiados. Ao mesmo tempo, isso pode afastar alguns consumidores.

"Ambos têm marca d'água, o que significa que as gravadoras podem controlar a forma como o disco é usado", explica Iverson.

Hoje, os discos de DVD-Audio podem ser tocados em qualquer aparelho de DVD. Mas para experimentar o sistema surround sound 5.1 é preciso um aparelho com cinco caixas de som e um subwoofer.

Os custos diminuíram, mas um aparelho de uma marca menos conhecida custa ao menos 200 dólares.

Já os SACDs só podem ser tocados em aparelhos próprios.

A Sony oferece alguns que também exibem vídeos, por cerca de 300 dólares. Mas eles não permitem que se ouça o som de melhor qualidade dos DVD-Audios porque são tecnologias concorrentes.

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