Dia dos Professores

“Me ajuda a melhorar a cada dia”, diz professor que atua na formação de indígenas e quilombolas no Maranhão

No Dia dos Professores, o educador Jackson Ronie fala sua sobre sua trajetória no ensino público que o levou até a atuação na diplomação de indígenas e quilombolas.

Anne Cascaes / Imirante

Atualizada em 15/10/2023 às 12h37
Professor conta como a educação para povos indígenas e quilombolas no Maranhão tem impactado sua trajetória. (Foto: arquivo pessoal)
Professor conta como a educação para povos indígenas e quilombolas no Maranhão tem impactado sua trajetória. (Foto: arquivo pessoal)

MARANHÃO - Ensinar pode ser uma missão desafiadora. Mas, quando quem está à frente desta missão a encara com os valores certos, torna-se uma prática de verdadeiro orgulho e inspiração. E se a educação é para quem necessita, não há fronteiras para alcançar àqueles que, geograficamente, podem estar mais distantes das quatro paredes de uma escola ou universidade.

Quem aceitou encarar uma missão como esta foi o professor Jackson Ronie. Há sete meses, ele atua no Proetnos, um programa maranhense voltado para a formação de povos indígenas e quilombolas. O educador iniciou sua formação como bacharel em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Federal do Maranhão (Ufma), mas sua trajetória na educação não parou por aí.

Ele prosseguiu com cursos de Licenciatura em Biologia e em Química pela Universidade Estadual do Maranhão (Uema), concluindo recentemente o curso de Pedagogia Licenciatura. Com um currículo vasto, compartilha sua profunda paixão sua visão de que o processo comunicativo entre as diferentes culturas é fundamental para o bem-estar e educação da sociedade.

"É uma experiência admirável poder interagir com pessoas de cultura ampla, diversificada e valorativa. Aprendi com as pessoas indígenas a olhar com mais cuidado para o tempo das coisas. Estou aprendendo que as culturas são múltiplas e que cada pessoa aprende de uma forma. Não precisamos padronizar os sujeitos com um currículo fechado e universal. Precisamos alargar o currículo e vivenciar as experiências. No proetnos estou aprendendo a (re) aprender. Isso é magnífico", afirma o professor Jackson Ronie.

O trabalho que Jackson Ronie tem desenvolvido no Maranhão destaca a importância da educação intercultural. (Foto: arquivo pessoal)
O trabalho que Jackson Ronie tem desenvolvido no Maranhão destaca a importância da educação intercultural. (Foto: arquivo pessoal)

Antes de lecionar para indígenas e quilombolas, Jackson passou 10 anos lecionando no ensino fundamental na rede municipal, seguidos por nove anos como professor de Biologia no ensino médio. Além disso, ele é professor da graduação na Uema há 15 anos. De acordo com Jackson, embora atuar na educação pública superior seja gratificante, enfrenta muitos desafios. 

"Os desafios são muitos. Mas, o que mais me desafia é poder explicar para os estudantes e outras pessoas da Universidade que a educação pública e laica é a melhor e que todos precisam compreender as contradições do espaço público e não ficar falando mal, desconsiderando, menosprezando e atacando as instituições públicas. Temos que defender a Universidade pública, a saúde pública (SUS). E quando em minhas aulas consigo fazer os estudantes pensarem sobre tudo isso percebo que ensinar-aprender é uma ação transformadora e que vale a pena", afirma.

Uma experiência transformadora

Uma das experiências mais marcantes de sua carreira como professor tem sido sua contribuição para a educação intercultural de indígenas e quilombolas. "O Proetnos é um programa de formação de pessoas extremamente importante porque resgata a dignidade de indígenas e quilombolas numa perspectiva ética, cidadã e humana. Fazer parte do Proetnos dignifica meu trabalho como professor e me ajuda a melhorar a cada dia minhas práticas pedagógicas. O fato de colaborar com a diplomação de pessoas indígenas me gera um bem-estar sem limites e me faz perceber que meu trabalho gera impactos para o Estado do Maranhão na promoção de educação inclusiva e cidadã", pontua Jackson.

Há sete meses, o professor Jackson Ronie começou a lecionar para povos indígenas e quilombolas. (Foto: arquivo pessoal)
Há sete meses, o professor Jackson Ronie começou a lecionar para povos indígenas e quilombolas. (Foto: arquivo pessoal)

O trabalho que Jackson Ronie tem desenvolvido no Maranhão destaca a importância da educação intercultural e o impacto positivo que a educação, de forma geral, pode ter na vida das comunidades indígenas e quilombolas. Sua dedicação e paixão pelo ensino exemplificam como a educação pode ser uma ferramenta transformadora na sociedade.

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