Reclamações

Alunos do Cacem pedem melhorias no prédio e no ensino

Com estrutura precária e falta de professores, Cacem vive, hoje, um drama.

Neto Cordeiro / Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h59

SÃO LUÍS – “Tem algo de errado em querer que uma escola funcione?”, questiona o estudante do Centro de Artes Cênicas do Maranhão (Cacem) João Ricardo Matosão ao relatar sua revolta diante dos problemas que afetam o órgão. Mas ele é só um dos alunos que, há dois anos, reclama das condições precárias do prédio que abriga a instituição, situado na Rua Santo Antônio, 161 (Centro). Eles reivindicam, também, um quadro fixo de professores qualificados, além de apoio na divulgação dos trabalhos.

“De vez em quando muda de professor. Eles colocam estagiários para ‘tapar buraco’. Muitos deles são bons, mas nós queremos professores capacitados”, conta Matosão. Ela acrescenta que o prédio “está caindo aos pedaços”, apresenta goteiras, e uma das paredes está escorada apenas por vigas, e que representa um perigo para quem frequenta o local.

Falta de professor

Com relação ao quadro de professores, o diretor do Cacem Domingos Tourinho disse que “nem todos têm formação na Educação Artística, o que limita o ensino. Um professor que dá aula de Ética, por exemplo, só tem esta especialização e não pode ministrar outra disciplina”, explica.

O ideal, segundo o diretor, era ter pelo menos oito professores para darem conta das 25 disciplinas que deveriam compor a grande curricular da instituição. A solução, de acordo com a direção do Cacem, foi contratar estagiários. “Pegamos alguns estagiários da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Foi a forma que conseguimos de suprir a necessidade. Recorremos à Seduc, mas alegaram a falta de professores com formação específica”, afirma.

O Imirante.com entrou em contato com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.

Estrutura Precária do Prédio

Quanto às atuais condições em que se encontra do prédio, o diretor informou que houve, no ano passado, uma vistoria da Superintendência do Patrimônio Cultural. Na época, abriu-se licitação para a escolha da empresa que faria a restauração do imóvel, porém houve desistência por parte da empresa. Atualmente, uma companhia, disponibilizada pela Secretaria de Estado da Cultura (Secma), iniciou os trabalhos de restauração do Centro, mas por falta de equipamento, a celeridade dos serviços está comprometida.

Leia, abaixo, a nota divulgada pela Secma:

A obra de reforço estrutural foi licitada, conforme determina a lei nº 8.666/93. Todo este processo foi feito durante o período das férias dos alunos, exatamente para não comprometer as aulas. Após a conclusão do processo, a empresa vencedora tem um prazo de 60 (sessenta) dias para se manifestar, porém a mesma desistiu e comunicou que não faria a obra. Daí, o atraso no início das obras e o fato de não termos conseguido executar durante as férias dos alunos.

Devido à gravidade da situação, a Superintendência do Patrimônio Cultural, órgão vinculado a Secretaria de Estado da Cultura e que é responsável pelo acompanhamento e fiscalização das obras na área de Centro Histórico do Estado, solicitou que a empresa responsável pela Manutenção Predial dos nossos equipamentos culturais fizesse esse serviço, como foi de última hora e não era um serviço contemplado na manutenção, esta teve que adquirir madeira e outros equipamentos, e fazer mobilização para começar o trabalho, daí a execução está sendo feita de forma lenta. Quanto ao "escoramento feito por paus", é exatamente assim que tem que ser feito, não há nada errado com o esse tipo de execução.

Os demais problemas civis, que esta edificação apresenta, são decorrentes do desgaste natural do prédio, por se tratar de uma edificação antiga, mas o Cacem está incluso no Programa PAC das Cidades Históricas, cuja previsão de licitação é para janeiro de 2014, conforme cronograma determinado com a gerenciadora contratada pelo governo do Estado.

Quanto à iluminação, a área que está isolada está com sua energia desligada por questões de segurança, as demais possuem iluminação funcionando normalmente.

Apoio nas Produções

De acordo com Tourinho, o Cacem apoia a produção dos estudantes. “Nós enviamos para a Assessoria de Comunicação. Sempre divulgamos reabertura de período. Os serviços da casa nós divulgamos”, afirma. “É uma angústia nossa também, não só dos alunos”, ressalta o diretor referindo-se à situação de abandono em que o Centro se encontra.

Enquanto as obras não são concluídas, os alunos persistem na luta, por meio de intervenções artísticas em diversos locais da cidade. “Há dois anos nós ouvimos da direção que vai melhorar. Nós ficaríamos satisfeitos até com aula na praça”, conclui Matosão.

Alunos do Cacem pedem melhorias no prédio e no ensino

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