Promotor denuncia em CPI que região é muito violenta

O Progresso

Atualizada em 27/03/2022 às 15h04

IMPERATRIZ - A região de Imperatriz é um corredor de roubo de cargas, onde há muitas mortes e plantações de maconha que sai do Estado pela BR 226. As afirmações foram feitas pelo promotor do Maranhão, Marco Aurélio Ramos Fonseca, em audiência pública na CPI do Extermínio no Nordeste.

O relator da comissão, deputado Luiz Couto (PT-PB), quis saber se há ligações entre o roubo de cargas, o tráfico de drogas, a existência de milícias armadas e a exploração sexual de crianças e adolescentes na região. Marco Fonseca informou que o Ministério Público já coíbe a exploração sexual infanto-juvenil e reconheceu a existência de pistoleiros na região, mas não fez a correlação entres esses crimes.

O promotor disse que a região é muito violenta e que muitas mortes decorrem de confronto entre grupos rivais, mas afirmou que uma ação institucionalizada "não existe." Fonseca disse que no município de Açailândia - cidade vizinha a Imperatriz - há processos envolvendo pessoas, inclusive policiais militares, em ações de grupos de extermínio. Fonseca disse que há acúmulo de trabalho na Justiça local porque como a violência é grande há muita demanda.

O promotor declarou ainda não ser possível identificar os líderes das quadrilhas de roubo de cargas, pois os processos existentes ainda estão em andamento. Mas admitiu que há evidências de uma conexão nacional.

Os deputados da CPI do Extermínio no Nordeste ouviram o depoimento do coronel da Polícia Militar da Bahia, Carlos Alberto Müller Andrade. Ele foi acusado pela ex-juíza da Comarca de Juazeiro (BA), Olga Regina Guimarães, de integrar um grupo de extermínio na cidade. O coronel prestou depoimento sob juramento. Ele foi comandante da PM de Juazeiro entre 1999 e 2003 e disse que não entendia sua convocação para depor na CPI.

O coronel Carlos Alberto Müller Andrade confirmou que desarticulou um grupo de comerciantes locais que pagavam para que pistoleiros matassem jovens delinqüentes e com passagens pela polícia. Pelo menos 181 jovens foram assassinados “por encomenda” na região.

O relator da CPI, deputado Luiz Couto (PT-PB), quis saber se Coronel tinha conhecimento da existência de grupos de extermínio em Juazeiro. Carlos Alberto afirmou que só conhece as especulações sobre o assunto, mas que nunca se comprovou a existência destes grupos.

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