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“Referência”, “ícone”, “líder”: veja repercussão da morte de Bita do Barão

Políticos e entidades religiosas lamentaram o falecimento do babalorixá nesta quinta-feira (18).

Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h13
Bita do Barão morreu nesta quinta-feira (18). (Reprodução / Facebook)

CODÓ – Líder umbandista mais conhecido do Brasil, Bita do Barão teve sua morte confirmada pela família na tarde desta quinta-feira (18), na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital em Teresina (PI), depois de 10 dias de internação por causa de problemas renais e infecção pulmonar. A morte do babalorixá, que residia no município de Codó, teve ampla repercussão no Maranhão, com várias notas de pesar de políticos e entidades religiosas.

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A ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney, manifestou seu pesar com o falecimento do líder umbandista. “Bita do Barão será sempre para o Maranhão e para o mundo uma referência de preservação do culto e religião de matrizes africanas. Externo o meu pesar aos familiares, amigos e seguidores do Babalorixá. Que Deus o tenha”, afirmou Roseana.

A Federação de Umbanda e Culto Afro-brasileiro do Maranhão (FUCABMA), onde Bita do Barão atuou como vice-presidente, também lamentou a morte do babalorixá.

“Diante de sua esplendorosa trajetória espiritual no plano terrestre, pela qual expressamos gratidão pela honrosa oportunidade de aprendizado, temos a certeza que o Pai Bita do Barão terá lugar de destaque não apenas na memória do Povo de Santo como a de que também será bem recebido no Orum. Inspirados em sua história, seguimos na profissão de fé em busca da construção de um meio social mais humano, tolerante e amoroso que a Umbanda nos motiva”, diz a nota da FUCABMA.

O vereador e pai de santo Astro de Ogum (PR), vice-presidente da Câmara de Vereadores de São Luís, ressaltou a importância de Bita do Barão para a religião umbandista. “Foi com muita tristeza e pesar que recebi a ligação da neta do Bita, informando sobre o seu falecimento. A Umbanda perde um dos seus maiores filhos nesta quinta feira santa. Neste momento de dor pela perda, manifesto condolências aos familiares, amigos e admiradores”, lamentou Astro.

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Terreiro de religião africana mais antigo de São Luís, a Casa das Minas disse que recebeu, com muito pesar e tristeza, a notícia do falecimento de Bita do Barão. “Grande ícone da cultura e umbanda, ele deixa um legado, saudades, muitos corações quebrados, mas também lindas lembranças, que servem de consolo aos que ficam e sofrem com sua ausência”, diz a nota.

O Governo do Maranhão, através da Secretaria de Estado da Igualdade Racial (SEIR), também emitiu nota sobre a morte de Bita do Barão. “Neste momento de perda para as comunidades de matriz africana, o Governo do Maranhão se solidariza com a família e com as lideranças religiosas dos cultos afros”, diz a SEIR.

Velório e sepultamento

O corpo de Bita do Barão chegou a Codó na noite desta quinta-feira e será velado na Tenda Espirita de Umbanda Rainha de Iemanjá Palácio de Iansã, onde serão realizadas as cerimônias fúnebres. O enterro será no Cemitério Central, em data a ser definida pela família do religioso.

Bita do Barão

Wilson Nonato de Souza, o Bita do Barão, era o babalorixá mais conhecido do Brasil e tinha 86 anos de idade cronológica. Bita morava na cidade de Codó, no Palácio de Iansã, onde recebia diversas pessoas, muitas delas influentes, como políticos e famosos.

No palácio, Bita do Barão realizava rituais de incorporação, consultas, entre outras atividades ligadas à Umbanda. Médium desde a juventude, Wilson Nonato recebeu o apelido de Bita, porque era agitado como um bode e, na linguagem do interior do Maranhão, bita significa bode. Já o barão, é uma referência ao Barão de Guaré, a entidade que o pai de santo recebia.

Em 1954, Bita do Barão fundou sua Tenda Espírita de Umbanda, Rainha Iemanjá, que recebeu personalidades, entre políticos e artistas.

Seu poder aquisitivo também cresceu e, na cidade de Codó, ele mantém projetos sociais, além de festas religiosas que atraem pessoas do mundo todo.

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