BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcará nesta semana para o Egito e para a Etiópia, destinos que incluem dois novos integrantes do Brics, grupo que reúne algumas das principais economias emergentes do mundo.
A missão de Lula na África é parte da estratégia do presidente de diversificar os parceiros do Brasil nas relações exteriores. Lula também busca fortalecer alianças com países em desenvolvimento, investindo na chamada diplomacia sul-sul (em referência ao sul global).
Em 2024 o presidente ainda não fez viagem internacional. Essa será a sua primeira missão internacional do ano.
No Egito, os destaques da agenda de Lula serão reuniões bilaterais com o presidente do país, Abdul Fatah Khalil Al- Sisi,. Também está prevista uma visita do presidente à Liga dos Estados Árabes.
Já Etiópia, Lula vai participar, como convidado, da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, entidade que reúne as 55 nações da África.
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Relações comerciais e guerra
Lula chega ao Cairo, capital do Egito, na terça-feira (14). As reuniões com o presidente Abdul Fatah Khalil Al- Sisi estão marcadas para o dia seguinte, quarta (15).
De acordo com o Palácio do Itamaraty, o Brasil estreitou laços com o Egito durante as negociações para retirar brasileiros da região do conflito da Faixa de Gaza. A saída passava necessariamente pelo território egípcio. O governo quer aproveitar o canal diplomático aberto para intensificar o diálogo com o país africano.
“O Egito é um ator importante na região. Esse diálogo se deu nos mais diversos níveis para conseguir a repatriação dos brasileiros. Essa circunstância tornou a relação ainda mais importante”, afirmou o embaixador Carlos Duarte, secretário de África e Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores, durante apresentação para jornalistas sobre a viagem de Lula.
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A guerra entre Israel e o Hama será um dos tópicos de conversa do presidente Lula com Al-Sisi. Mas o Brasil também quer falar de relações comerciais. O Egito é visto como parceiro estratégico na África.
“É um comércio forte e diversificado, especialmente nos produtos agrícolas”, afirmou o embaixador.
O governo brasileiro espera que o Egito aprove nos próximos meses novos abatedouros e frigoríficos no Brasil para exportação de carne bovina. Em 2023, o país africano diversificou as compras do Brasil e passou a importar peixes e derivados, carne de aves, algodão, gelatina e colágeno.
Os governos de Brasil e Egito também deverão conversar sobre a criação de uma linha aérea ligando São Paulo e o Cairo.
Cúpula da União Africana
No dia 16 de fevereiro, Lula chega à capital da Etiópia, Adis Abeba. A participação na Cúpula da União Africana está marcada para os dias 17 e 18.
Na visão do Itamaraty, o convite feito a Lula demonstra o reconhecimento do continente africano aos esforços do Brasil para construir pontes com a região. O Brasil apoiou tanto a entrada do Egito quanto a da Etiópia no Brics.
A relação com a Etiópia ainda não é tão desenvolvida, mas o governo brasileiro vê potencial para crescimento.
“É também um País com o qual o Brasil pode desenvolver um comércio mais forte. É um País que tem tido um crescimento econômico forte e significativo e é um mercado importante. O Brasil pode se beneficiar tendo uma presença maior na Etiópia”, explicou o embaixador Carlos Duarte.
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