Impacto ambiental

Lula sugere apoio à exploração de petróleo no Rio Amazonas

Lula disse que acredita ser difícil haver impacto ambiental com a extração de petróleo no rio, uma vez que há distância elevada da Amazônia.

Ipolítica, com informações de Estadão

Lula defende exploração de petróleo no Rio Amazonas (Ricardo Stukert)

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu, no último domingo (21), contrariar o posicionamento da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a respeito da extração de petróleo na foz do Rio Amazonas. 

A declaração de Lula ocorreu durante viagem do Japão neste fim fim de semana. Isso depois de o Ibama ter se posicionado oficialmente de forma contrária à exploração de petróleo em Amazonas. 

Lula disse que, somente se riscos reais forem identificados, haverá veto à exploração. 

“Se extrair petróleo na Foz do Amazonas, que é a 530 quilômetros, em alto mar, se explorar esse petróleo tiver problema para a Amazônia, certamente não será explorado. Mas eu acho difícil, porque é a 530 quilômetros de distância da Amazônia, sabe?”, disse a jornalistas em Hiroshima.

Antes de sugerir a exploração, Lula já havia afirmado que a Amazônia não deve ser transformada num santuário. “Quem mora na Amazônia tem direito a ter os bens materiais que todo mundo tem”, pontuou.

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O processo de exploração pela Petrobras na foz do Amazonas colocou em lados opostos ministros do governo Lula, foi o que revelou o Estadão na semana passada. De um lado, Marina chegou a comparar o episódio com a polêmica construção da usina de Belo Monte, em Altamira (PA). De outro, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da estatal, Jean Paul Patres, pressionam pela liberação da exploração.

Na segunda-feira da semana passada, dia 15, Silveira defendeu o projeto e disse que o pretexto de um “pseudorrisco” não pode impedir a prospecção para que se tenha “conhecimento científico das potencialidades e riquezas naturais”. 

“O que se discute neste momento não é a exploração dos diversos poços daquela região. Se discute a autorização para pesquisar uma reserva da margem equatorial. Se nós vamos fazer a exploração dessas potencialidades ou não, é uma decisão a ser tomada em outro momento pelo governo brasileiro”, disse.

Lula à frente

A queda de braço tem sido mediada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, mas será assumida por Lula. “Estou chegando no Brasil na terça-feira e vou cuidar disso”, enfatizou.

A região da Foz do Amazonas é chamada de “novo pré-sal” e tem sua exploração defendida por políticos da região amazônica como o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (AP), que deixou a Rede Sustentabilidade após a decisão do Ibama com apoio de Marina.

O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho decidiu barrar o pedido da Petrobras na última quarta-feira, 17. A estatal se mostrou surpresa com a decisão e assegurou que vai recorrer. A decisão de Agostinho seguiu a área técnica do órgão. O Ibama apontou haver “inconsistências identificadas sucessivamente” e “notória sensibilidade socioambiental da área de influência e da área sujeita ao risco”, destacando a necessidade de “avaliações mais amplas e aprofundadas”.

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