Golpe Militar

CNBB lembra golpe de 64 e posição da Igreja na época

O golpe de 1964, que instituiu a ditadura no Brasil, teve apoio de vários setores da sociedade.

Marcelo Brandão / Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h56

BRASÍLIA - Em nota divulgada ontem (1º), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), instituição vinculada à Igreja Católica, lembrou o posicionamento inicial de “combate ao comunismo” no golpe de 1964 e reconheceu ter apoiado os militares enquanto esses assumiam o país.

“Se é verdade que, no início, setores da Igreja apoiaram as movimentações que resultaram na chamada 'revolução', com vistas a combater o comunismo, também é verdade que a Igreja não se omitiu diante da repressão”. A CNBB reiterou ainda que defende a democracia e ressalta que a Igreja reviu sua posição após constatar como o Estado atuava, de forma repressiva e violenta.

O golpe de 1964, que instituiu a ditadura no Brasil, teve apoio de vários setores da sociedade. Nesse contexto, a Igreja Católica se posicionou a favor do golpe, em um país constituído por mais de 75% de analfabetos e mais de 95% de católicos. “Recontar os tempos do regime de exceção faz sentido enquanto nos leva a perceber o erro histórico do golpe, a admitir que nem tudo foi devidamente reparado e a alertar as gerações pós-ditadura para que se mantenham atuantes na defesa do Estado Democrático de Direito”, disse a CNBB.

A entidade também lembrou – e exaltou – o trabalho da Comissão da Verdade, que vem abrindo os arquivos da ditadura, encontrando depoimentos e provas da violência que acontecia nos porões do Estado. “Ajuda-nos a pagar essa dívida histórica com as vítimas do regime a Comissão da Verdade, que tem por objetivo trazer à luz, sem revanchismo nem vingança, o que insiste em ficar escondido nos porões da ditadura”.

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