BRASÍLIA – O líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), afirmou hoje que pretende ser o líder das oposições na Câmara. A expectativa do deputado é reunir em um só bloco PFL, PSDB, PMDB, PPB e PTB. "Esperamos trazer um grande conjunto de partidos que farão oposição ao governo, mas ainda é muito cedo. Vamos começar a conversar e, por enquanto, daremos uma trégua de 90 dias", disse.
O trabalho, segundo Inocêncio, será com o lema "oposição construtiva", fato que fez questão de esclarecer ao próprio presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os dois se encontraram hoje na Câmara. No breve contato, Lula disse a Inocêncio ter certeza de que ele não deixaria de apoiar um presidente que veio da mesma terra que ele, Pernambuco. O pefelista, no entanto, disse que precisava seguir a orientação do partido.
"Faremos oposição ao governo e não ao País. Aquilo que for fundamental para o cumprimento dos compromissos assumidos em praça pública, nós votaremos as matérias fundamentais", garantiu. Ele disse que vai trabalhar para, ainda este ano, regulamentar a matéria sobre a não cumulatividade do Pis/Pasep e que vai contribuir para que o Orçamento Geral da União (OGU) seja aprovado com as propostas do novo governo.
Uma das primeiras brigas do PFL vai ser pelo reajuste do salário mínimo. Segundo Inocêncio, o partido não aceitará nenhuma proposta abaixo de R$ 240. O senador eleito pelo PT em São Paulo, Aloízio Mercadante, no entanto, não confirmou se o partido vai manter a proposta de um mínimo de R$ 240 ou R$ 250. "Os gastos na área social dependem, fundamentalmente, da receita disponível", disse.
Sobre a presidência da Câmara, Inocêncio admitiu o desejo de ocupar o cargo e afirmou que já foi procurado por alguns partidos para que seja candidato. "Mas não entrarei em nenhuma aventura. Agora, se precisarem de mim, eu já tive essa experiência e fui muito bem sucedido", avisou. Ele disse, também, que pretende ser líder do PFL novamente.
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