Nordeste ganha banco de células-tronco de cordão umbilical

Médicos recolhem sangue de um cordão umbilical para ser congelado no Ihene

Daniela Amorim, do GloboNews.com

Atualizada em 27/03/2022 às 15h28

RIO - O Instituto de Hematologia do Nordeste (Ihene), com sede em Recife, Pernambuco, e a empresa White Martins firmaram um acordo para a criação de um banco de armazenamento de células-tronco retiradas do sangue do cordão umbilical de recém-nascidos. O armazenamento pode representar uma alternativa aos transplantes de medula para pessoas com leucemia que não encontram doador compatível.

O diretor do Ihene, o médico Clemente Tagliari, afirma que esse é o primeiro banco de sangue do cordão umbilical das regiões Norte e Nordeste.

- É o primeiro banco de células-tronco de sangue de cordão umbilical do Norte e Nordeste do Brasil. Poderemos atender aos 50 milhões de moradores dessas regiões que antes tinham que se deslocar para o Sudeste do país ou para o exterior atrás desse serviço. É o mesmo número de habitantes da França, onde há 50 milhões de pessoas e 50 centros de sangue de cordão umbilical – contou Clemente.

As células-tronco são retiradas do sangue do cordão umbilical e congeladas logo após o nascimento do bebê. Células-tronco têm potencial para se transformar em tecidos diferenciados, o que os cientistas acreditam que, no futuro, possa ajudar no tratamento de doenças como o câncer. As que interessam, no caso, são as células precursoras do sangue.

- Começamos o projeto de criação do banco há dois anos, mas apenas experimentalmente. Em agosto firmamos a parceria com a White Martins para o armazenamento de sangue de cordão umbilical em larga escala. Agora temos capacidade para armazenar material de mais de duas mil coletas – informou Adriana Barros, diretora técnica do Banco de Sangue do Ihene.

A White Martins fornece o nitrogênio líquido, instalação e manutenção dos equipamentos necessários ao congelamento das células-tronco. De acordo com Adriana, mais de dez coletas já foram efetuadas desde que o banco já foi aberto ao público, em setembro.

Material recém-coletado para congelamento no banco de sangue de cordão umbilical

- O objetivo do banco de células-tronco é garantir o tratamento dos bebês que possam vir a desenvolver doenças no futuro. Se algum deles precisar de transplante de medula, por exemplo, as células serão descongeladas, depois tratadas e então injetadas no paciente para fazer a reconstituição da medula óssea – contou ela.

O banco fica no próprio instituto, que cobra R$ 1.500 pela coleta, exames e armazenamento do material, além de uma taxa mensal de R$ 300,00. O material permanecerá congelado por dez anos, quando as células poderão então ser descartadas ou ter o contrato de armazenamento renovado.

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