Lula faz história

O ex-presidente José Sarney tem motivos de sobra para comemorar: se posicionou a favor da democracia e viu o seu candidato Luiz Inácio Lula da Silva sair das urnas vitorioso

 Lula faz história

Na eleição mais tensa e agressiva do pós-redemocratização, o petista Luiz Inácio Lula da Silva superou a força do presidente Jair Bolsonaro. Aliados dizem que governo será de “unidade nacional”, focado na retomada do desenvolvimento econômico e pacificação do país.

O retirante nordestino, metalúrgico, sindicalista e pragmático político de centro-esquerda novamente fez história ao vencer a eleição e conquistar o seu terceiro mandato de presidente da República do Brasil.

Na corrida eleitoral mais agressiva desde a redemocratização, Lula confirmou o ligeiro favoritismo.

Lula governou o país por dois mandatos, entre 2003 e 2010. Agora, depois de ter visto a ascensão da direita, enfrentado desgastes políticos e 580 dias de prisão sob acusação de corrupção, volta ao poder prometendo enfrentar a miséria, recuperar a economia e pacificar o Brasil.

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Apaziguar o país, eis o desafio

As eleições de 2022 ficarão marcadas não apenas pela virulência e pela profusão de bizarrices, mas, mais do que isso, pelo fim de antigas amizades e por cisões familiares irremediáveis. Serão feridas difíceis de sarar.

Ontem, a maioria dos eleitores deu a vitória ao ex-presidente Lula, algo inimaginável até pouco tempo atrás. Mas isso não significa que tudo esteja resolvido. O resultado foi apertado. Há uma legião inconsolável de insatisfeitos.

Embora tenha triunfado, Lula terá desafios colossais pela frente, e o primeiro deles não será de ordem econômica, como sugerem alguns analistas. Será pacificar a nação, se é que isso ainda é possível.

Concordemos ou não com a escolha da maioria, a vida segue. E o Brasil merece paz.

Onda de esquerda na AL

A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) consolida a onda de esquerda na América Latina, que havia sido turbinada pelos triunfos recentes na região.

Um olhar sobre o mapa do subcontinente revela que, entre os principais países da região, nove têm ou terão governos de esquerda - além do Brasil, onde Lula assume em 1º de janeiro, Colômbia (Gustavo Petro), Chile (Gabriel Boric), Peru (Pedro Castillo), Argentina (Alberto Fernández), Bolívia (Luiz Arce), México (Andrés Manuel López Obrador), Venezuela (Nicolás Maduro) e Cuba (Miguel Díaz-Canel).

Apenas três entre os principais países mantêm governos de direita: Uruguai (Luis Lacalle Pou), Paraguai (Mario Abdo Benítez) e Equador (Guillerme Lasso).

Esses três países, assim como o Brasil, vivem profunda polarização política, que, também como aqui, não acabou com a eleição e traz profundas dificuldades para os eleitos governarem.

Falou a voz da experiência

Desde o início da recente campanha eleitoral, embora de forma muito discreta, o ex-presidente José Sarney nunca escondeu sua preferência pelo amigo Luiz Inácio Lula da Silva.

Na reta final do segundo turno, ele se posicionou claramente em favor do petista, quando saiu em defesa da candidatura do petista e da democracia.

Falou a voz da experiência. E mais uma vez o veterano político Sarney teve, no domingo, motivos para comemorar.

Eleição muito rápida

Diferentemente do primeiro turno, quando os eleitores enfrentaram longas filas nos locais de votação, a eleição de ontem foi bem mais rápida.

No primeiro turno, era preciso escolher candidatos para quatro cargos e o tempo médio de cada eleitor na cabine de votação chegou a um minuto.

No domingo, cada um dos 125 milhões de brasileiros que compareceram às urnas para votar exerceram esse direito em apenas doze segundos.

A apuração também foi mais rápida, e foi concluída antes das 21h. 

Abstenções dentro da média

Mais de 32,1 milhões de brasileiros aptos a votar não compareceram às urnas no país no domingo, dia 30.

O índice de abstenção foi de 20,58% no segundo turno das eleições, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com 99,98% dos votos apurados, pouco menor que a taxa registrada na primeira etapa do pleito.

No primeiro turno, o número de abstenções se manteve semelhante à média das outras eleições, com 32,7 milhões de eleitores faltantes.

O índice foi de 20,8%.

DE RELANCE

Prestação de contas

Candidatos e partidos políticos devem ficar atentos ao prazo final para a entrega da Prestação de Contas, que se encerra nesta terça-feira, 1º de novembro.

Por conta do segundo turno das eleições, os sistemas eletrônicos do TSE usados para a recepção das mídias com esses dados ficaram indisponíveis no fim de semana.

Sendo assim, quem ainda não prestou contas com a Justiça Eleitoral tem somente a terça-feira para fazer isso, de forma on-line ou presencial.

Vale lembrar que essa prestação deve ser feita, segundo a legislação eleitoral, até 30 dias após a realização do primeiro turno.

Em tempo: entre outras sanções, a não prestação de contas dentro do prazo previsto impede que candidatos obtenham a certidão de quitação eleitoral até o fim da legislatura, prosseguindo os efeitos da restrição após esse período, até a efetiva apresentação das contas.

Biodiversidade da Amazônia

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Cientistas, gestores públicos e interessados em desenvolver pesquisas sobre a biodiversidade da Amazônia têm à disposição uma nova base de dados padronizada sobre o tema.

Trata-se da Taoca, palavra que representa uma espécie de peixe, ave e formiga na região.

A base foca na biodiversidade terrestre da fauna (formigas, aves e besouros) e traz dados de 353 mil indivíduos de 2.400 espécies diferentes, conhecidas e desconhecidas pela ciência.

Os dados são uma parceria entre centenas de pesquisadores e foram integrados para permitir análises em diferentes escalas de tempo e de espaço.

Biodiversidade da Amazônia...2

A política de uso e compartilhamento dos dados da Taoca contribui para que pesquisadores ou tomadores de decisão possam usar esses dados em análises sobre a distribuição da biodiversidade na Amazônia e os fatores que a afetam na região, por exemplo.

A base já pode ser acessada em www.taoca.net.

A Taoca foi desenvolvida pelo projeto Synergize, do CNPq, coordenado pela Embrapa e Universidade de Bristol (Reino Unido).

 

Agora é o pós-eleições

Nas últimas semanas, uma expressiva parcela da população passou a acompanhar com atenção as eleições.

Foi uma campanha intensa, acirrada, que dividiu o país entre bolsonaristas e lulistas, provocando brigas, cancelamentos e proliferação de fake news.

Em meio a essa radicalização, usamos esta tribuna para entregar aos nossos leitores conteúdos que pudessem servir de subsídio ao eleitor na hora da escolha dos seus candidatos.

Que país saiu das urnas? Como será o dia a dia pós-eleição? Estas e outras respostas só saberemos a partir de hoje.

Agora é o pós-eleições...2

A partir de agora ficarei atento ao início da transição de um governo para o outro, tanto estadual quanto federal, que assumirá em 1º de janeiro.

Montagem de equipes, anúncio de medidas, negociações com os parlamentares são temas que costumam dominar a agenda dos eleitos.

E daqui ficarei acompanhando o desenrolar dessas ações, procurando sempre trazer informações em primeira mão.

Assim como foi durante a campanha eleitoral, continuarei fazendo jornalismo de relevância, de qualidade e plural para os leitores desta coluna.

Agora é a Copa do Mundo

Brasileiro gosta mesmo é de festa. A partir de hoje o assunto de todas as rodas de conversas passa a ser a Copa do Mundo 2022.

O Brasil está com um timaço e tem tudo para fazer bonito no Qatar.

Até a estreia da Seleção Brasileira na competição, na tarde de 24 de novembro, contra a Servia, muitas águas vão rolar.

E a partir de hoje, as famílias começam a se preparar para torcer pela seleção comandada pelo craque Neymar, nossa esperança maior, e novatos como Vini Junior, que poderá ser a grande revelação da Copa.

Neymar está livre de processo

Preocupação dos brasileiros até na semana passada, toda a torcida brasileira voltou a respirar aliviada depois que, na sexta-feira, o Ministério Público da Espanha retirou todas as acusações contra o nosso Camisa 10 em um processo que investigava suposta corrupção e fraude na transferência do jogador do Santos para o Barcelona, em 2013.

O craque do PSG era alvo de um pedido de dois anos de prisão e de multa no valor de 10 milhões de euros (cerca de R$ 52 milhões).

Agora, de cabeça mais fria, ele vai se dedicar aos treinos para lutar pela Taça na competição que começa no dia 19 deste mês.

 Para escrever na pedra:

“Uma página em branco é a virgindade mais desamparada que existe. Só por isso é que abusam tanto dela, que fazem tudo dela...” Do poeta gaúcho Mario Quintana.

TRIVIAL VARIADO

O Maranhão foi um dos estados onde o eleitor teve que digitar apenas uma opção de voto, e praticamente sem filas na maioria das seções, segundo as informações divulgadas durante todo o dia pelas equipes de jornalismo que atuaram na cobertura das eleições no Estado.

Com essa celeridade nas urnas, o encerramento em todo o País também não repetiu o atraso do primeiro turno, quando as filas entraram pela noite. E, apesar da decisão pela escolha do presidente do Brasil ter sido apertada e no voto a voto, tudo ocorreu mais cedo.

No assunto: a apuração iniciou-se pontualmente às 17h e já indicava desde as primeiras atualizações uma disputa apertada. Nas primeiras duas horas de apuração, Jair Bolsonaro liderava, com uma diferença de dois pontos. Já próximo das 19h, Lula assumiu a ponta na disputa, que seguiu apertada até o fim.

Tem mais: somente já por volta das 20h e com mais de 98,75% das urnas apuradas é que o Tribunal Superior Eleitoral classificou a eleição matematicamente decidida, uma vez que o total de votos que faltava para ser apurado não seria suficiente para uma virada e o resultado ficou com diferença abaixo de 2% entre os dois candidatos.

O senador eleito Flávio Dino ficou bem na fita com eleição de Lula. A maioria dos analistas políticos dão como certa a ida dele para o Ministério do futuro presidente. Agora, é aguardar para conferir.

O deputado Fufuquinha ganhou os holofotes da TV Globo logo após o anúncio da vitória de Lula. Ele posou ao lado do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, durante o seu pronunciamento saudando o presidente eleito.

O fim do prazo para o recenseamento 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi prorrogado até o final de dezembro deste ano. Em alguns locais o órgão está pedindo ajuda ao poder público para que haja maior conscientização da população na adesão ao censo demográfico.

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