Este ano, o Brasil inteiro se mobilizou para refletir sobre a luta antirracista. O Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, passou a ser feriado nacional que homenageia Zumbi dos Palmares – um dos maiores símbolos da resistência contra a escravidão.
A literatura tem sido uma aliada importante nesse movimento ao dar voz a narrativas que revelam as complexidades do racismo estrutural, do preconceito de classe e da homofobia. As obras ganham destaque, pois discutem as falhas dos sistemas que deveriam proteger os mais vulneráveis e revelam as cicatrizes de injustiças enfrentadas pelas comunidades negras.
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Além disso, histórias de resistência e profundas reflexões abordam a necessidade de uma educação antirracista que questione estereótipos e mude as mentalidades. As 12 leituras a seguir são um convite à reflexão, à transformação social e ao compromisso de combater o racismo.
- Sobrevivendo ao racismo: além de escancarar as complexidades e os impactos racistas no cotidiano, a autora compartilha as próprias experiências e destaca questões como o papel da escola na perpetuação do preconceito e a necessidade de uma educação antirracista.
- Às de Espadas: o livro traz à tona temas sobre o racismo estrutural, preconceito de classe e homofobia. É uma história de suspense com protagonismo negro e LGBTQIAPN+.
- A (des) educação do negro: publicado em 1933, o épico manual antirracista segue relevante e atual. A obra de Carter demonstra que o sistema não prepara o estudante negro para o sucesso e o impede de ter uma identidade própria, doutrinando-o para que assuma uma posição de submissão social.
- Negros Gigantes: um mergulho na vida do autor Alê Garcia e na de personalidades que o inspiraram e o empoderaram. São histórias marcadas pelo colonialismo enraizado, insistente em querer determinar onde ele devia ou não estar e o que cabia ou não realizar.
- Vamos falar de racismo: 100 cartas com perguntas estimulam diálogos sobre o preconceito e incentivam a conscientização. “Como você reage a piadas racistas?” e “O que vem à sua mente quando você ouve a palavra racismo?” são alguns dos questionamentos que fazem refletir sobre a importância de combater a intolerância racial.
- Uma leitura negra: tem como elemento central o resgate da esperança para aqueles que sofrem as consequências do racismo. O livro propõe a prática da leitura da Bíblia e de sua interpretação a partir da rica herança da igreja negra, ou da “interpretação eclesiástica negra”, como denomina o autor. Esau McCaulley aponta o caminho do diálogo multiétnico para a comunhão entre homens e mulheres criados à imagem e semelhança de Deus.
- Onde Repousam as Mentiras: é uma crítica incisiva aos sistemas opressores que falham em proteger os mais vulneráveis. Traz uma profunda reflexão sobre racismo estrutural, agressão sexual, preconceito de gênero e homofobia.
- Cresça e Enriqueça: Negro e filho de pais que venceram a extrema pobreza, Douglas Araújo rompeu com esforço as barreiras do racismo para entrar no mundo empreendedor e se tornar um grande investidor imobiliário e filantropo. Agora, ele permite que outros encontrem o mesmo tipo de sucesso através da educação financeira. (Onde encontrar: Amazon)
- Entrevistando você: Naomi Castro e Benjamin Kalu protagonizam uma luta diária vivida por uma comunidade preta em lugares que são predominantemente brancos, como o cinema e a televisão. Nesta obra, Roberta Gurriti traduz uma história de superação e amor.
- 1968: Centelhas sob palha seca: Thierry, um pianista filho de imigrantes negros da Costa do Marfim, vive a boemia francesa até que seu destino se cruza com Beatriz, uma militante brasileira. Juntos, os dois lutarão nos protestos em Paris e na resistência à ditadura militar no Brasil.
- A flor da savana: na savana sul-africana, surge uma relação entre Martin, um poderoso homem com lacunas emocionais, e Izabel, uma mulher em busca da liberdade. Casal interracial, eles lidarão com medos e preconceitos para fortalecer o amor.
- Ana Preta: esta é a história de Ana, uma mulher preta, pobre e marginalizada que andou mil quilômetros ao lado do marido para lutar na Guerra do Paraguai. Enfrentou sede, fome e doenças até retornar ao Brasil – onde se tornou uma heroína anônima.
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