Resenha

Crítica: Fall Out Boy e sua fraca tentativa de salvar o rock

Grupo comandando por Patrick Stump quebra hiato de cinco anos com disco novo.

Gustavo Sampaio/Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 12h06

SÃO LUÍS - Em plena segunda dezena do século XXI, e ainda tem gente querendo salvar o rock. Enquanto uns afirmam que tem muita banda se dizendo fazer rock sem estar muito no estilo (Alice Cooper, em recente desabafo), outros enterram o estilo, assassinando-o de vez (como fez a MTV), e críticos, como os europeus, elegem o Palma Violets como a mais nova salvação. Já grupos como o Fall Out Boy, ressurgem das cinzas e prometem, logo de cara, uma salvação. Será que engrena?

Os fãs, órfãos desde o lançamento de "Folie À Deux", em 2008, não se contentaram com as experiências pops de Patrick Stump e companhia nestes últimos cinco anos. E "Save Rock And Roll", ao menos no título, pretende continuar a proposta iniciada no já citado disco anterior, onde as guitarras prevaleceram e a sonoridade pop, ainda que sempre presente, recuou.

Iniciando com "The Phoenix" e "My Songs Know What You Did In The Dark (Light' Em Up)", a proposta do álbum já cai em terra. Afinal, temos um deja-vú, e voltamos a era "Infinity On High", que destilava a síntese destas duas canções: rock disfarçado de batidas pops. No entanto, as canções resumem muito do que sempre foi o FOB: uma mescla de guitarra e batidas eletrônicas, com pitadas de hip-hop e música pop.

O início, ao menos, para um disco 'Pop', é promissor. Para um álbum 'rock', nem tanto. E isso fica bem evidente nas canções seguintes, como na melódica "Alone Together" e na dançante "Where Did The Party Go". "Just One Yesterday" (que inicia bem "Rolling In The Deep", de Adele), ainda utiliza a parceria da requisitada Foxes, mas só consegue algumas palmas forçadas no refrão.

Aliás, em termos de parcerias, o disco também atira para todos os lados. Além da já citada cantora, vai do rapper Big Sean ao pop calmo de Elton John, passando pela polêmica Courtney Love. No resultado final, a parceria com a víuva de Kurt Cobain acaba se saindo melhor, em "Rat A Tat", destilando um som mais punk, adormecido desde os bons momentos de "From Under the Cork Tree". A parceria com Sir Elton, entretanto, acaba soando inacabada. Com Sean, a canção acaba se tornando apenas uma lembrança de "Live Your Life", do também rapper T.I, estrelada em parceria com Rihanna.

A divertida "Young Volcanoes" e uma história contada por meio dos videoclipes das canções do álbum acabam vendendo a idéia de que a banda busca o mesmo estrelato pop de sete, oito anos atrás. E o tiro de "Save Rock And Roll" talvez tenha saído incompreendido. A poção para a salvação do rock, ao menos para o Fall Out Boy, requer, pelo menos, pitadas de referências pop. Será?

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