BRASIL - Crianças que não conseguem se alimentar corretamente, muitas vezes, podem estar sofrendo de disfagia, condição médica caracterizada pela dificuldade de engolir alimentos sólidos, líquidos e pastosos e que pode aparecer em qualquer fase do processo de deglutição.
A fonoaudióloga Carla Deliberato explica que a disfagia se apresenta em vários graus de acordo com sua complexidade, podendo variar de leve à severa. Existe a disfagia neurogênica (alteração neurológica) ou disfagia mecânica, que geralmente é resultado de alterações estruturais, como por exemplo, o câncer de língua.
“Dificuldade para mastigar e engolir, dor ao engolir, tosse, engasgo, pneumonias recorrentes e perda de peso podem ser sintomas de disfagia. A disfagia não ocorre de forma isolada e sim como consequência de outros diagnósticos associados, como por exemplo uma criança que teve paralisia cerebral e cursou com um quadro de disfagia. Essa criança apresentou uma sequela neurológica que afetou a deglutição e fez o paciente apresentar disfagia” esclarece a especialista, complementando que a avaliação clínica da deglutição bem como a realização de alguns exames objetivos complementares são muito importantes de serem realizados em pacientes com disfagia.
A profissional afirma que não existe uma idade específica para as crianças apresentarem disfagia, o que pode ter origem desde o nascimento ou ser ocasionada por alguma alteração mecânica, como uma sequela neurológica, uma doença neurodegenerativa, um câncer de laringe, entre outros acontecimentos.
O importante para a fonoaudióloga é que os pais fiquem atentos a problemas relacionados à alimentação da criança. “Basicamente, a criança apresenta dificuldade de fazer o trânsito do alimento da boca até o estômago, o que pode implicar na redução de ingestão de nutrientes necessários para o seu desenvolvimento na quantidade adequada. Outras questões envolvem a demora na alimentação ou a deglutição errada, que faz com que muitas vezes a comida ao invés de ir para o estômago, vá parar no pulmão. E por conta disso, a criança pode ter problemas pulmonares”, alerta.
O trabalho do fonoaudiólogo nesses casos será de realizar uma avaliação clínica do paciente e alguns exames específicos como a videofluoroscopia da deglutição e a nasofibroscopia adaptada à deglutição.
“O diagnóstico é importante para a reabilitação. Somente compreendendo o que está acontecendo é que o fonoaudiólogo irá entrar com o exercício certo para que a criança se alimente com mais qualidade e não se engasgue, evitando assim o risco de broncoaspiração”, finaliza.
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