Quem poderia afirmar que a modesta produção Cine Holliúdy, a primeira falada em “cearensês”, viria a ser um dos fenômenos cinematográficos do ano, e que o motivo para isso não seria apenas por causa da impressionante média de público obtida nas salas onde tem sido exibido, mas também porque, a partir do próprio exemplo, questiona a própria natureza do cinema e satiriza o gosto do espectador-médio. Pois, da mesma forma que as produções canastras e risíveis exibidas por Francisgleydisson atraiam os moradores de Pacatuba com a promessa de “muita peia” e “voadoras no meio da pleura” apesar de zero história, este trabalho dirigido por Halder Gomes faz precisamente o mesmo conosco, esperando que a repetição de nomes nordestinos pitorescos e gírias regionalistas perdoem o desleixo da produção em relação aos aspectos da linguagem cinematográfica.
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