Patrimônio Imaterial e Cultural do Maranhão

Dançar Agarradinho é um manifesto que influência o maranhense e o turista que vem conhecer o reggae na ilha, diz DJ Waldiney

Em entrevista ao jornalista Pedro Sobrinho para o site da Mirante FM, o DJ Waldiney destacou a importância do Agarradinho, projeto idealizado por ele, como uma referência da cultura do dançar agarradinho no salão de reggae.

Pedro Sobrinho/Jornalista

Atualizada em 27/03/2022 às 10h56

No Maranhão, desde os anos 1970 o reggae está enraizado na cultura local. Marcado pelos “melôs” e pelo poderoso som das “radiolas”, o reggae, especialmente em São Luís e cidades da Baixada Maranhense, tem como peculiaridade: o modo de dançar em par, popularmente conhecido como “agarradinho”. Característica marcante do ritmo no Estilo, o estilo maranhense de dançar reggae se transforma em Patrimônio Cultural Imaterial do Estado.

DJ Waldiney, produtor e apresentador do Reggae Point, elogia o título de Patrimônio Imaterial do Maranhão para o Dançar Agarradinho no salão de Reggae da Ilha. Foto: Divulgação
DJ Waldiney, produtor e apresentador do Reggae Point, elogia o título de Patrimônio Imaterial do Maranhão para o Dançar Agarradinho no salão de Reggae da Ilha. Foto: Divulgação

Ballet à dois e com Originalidade

No dia 11 de maio deste ano, data em que se comemora o aniversário de 40 anos da morte de Bob Marley e o Dia Nacional do Reggae, o Museu do Reggae do Maranhão, dirigido pelo produtor cultural e jornalista Ademar Danilo, apresentou proposta para que a dança de reggae do Maranhão seja tombada como Patrimônio Cultural Imaterial do Maranhão, por meio de inscrição no Livro de Registro das Formas de Expressão, como preconiza a Lei nº 10.514, de 5 de outubro de 2016.

Para Ademar Danilo, elevar o jeito maranhense de dançar reggae ao status de patrimônio imaterial vai garantir que o poder público e a população reconheçam a dança do reggae como “parte inerente” na formação e no “jeito de ser do maranhense na atualidade”.

- O reggae é profundamente enraizado no cotidiano do Maranhão. Nós, maranhenses, demos uma cara própria ao reggae ao criarmos uma maneira nossa de dançar diferente do mundo inteiro. O estilo da dança de reggae do Maranhão é único e foi criado no nosso Estado. Atualmente esse estilo se espalhou por vários lugares do Brasil e em todos há o reconhecimento da origem maranhense dos passos da dança. Com esse reconhecimento, uma luz mais forte iluminará a prática da dança e elevará a autoestima de todos os que a praticam - defende Ademar Danilo, em entrevista ao Site do Governo do Maranhão.

Dançar Agarradinho é Patrimônio Imaterial do Maranhão. Foto: Google/Divulgação
Dançar Agarradinho é Patrimônio Imaterial do Maranhão. Foto: Google/Divulgação

DJ Waldiney, produtor e apresentador do Reggae Point, na Mirante FM, um dos mais consistentes e audiência garantida no rádio FM local, festeja o título concedido "dançar agarradinho". Além do programa radiofônico, Waldiney é idealizador desde 2015, do projeto "AGARRADINHO" no Bar Porto Seguro, em São Luís.

- O Projeto Agarradinho foi idealizado por mim em Novembro e irá completar seis anos de existência. Ele é um encontro de jovens com veteranos e o que eles têm em comum é, justamente, o prazer, o amor, pela dança de salão. O Agarradinho é um manifesto que faz alusão a toda esta história do reggae no Maranhão que surge lá pelos anos de 1970 e trouxe com originalidade o estilo único de dançar à dois. Tenho orgulho de proporcionar o projeto aos domingos no Porto Seguro, patrocinador do Reggae Point. Vejo como base de sustentação para o movimento em São Luís. Se existe uma engrenagem motor, o Agarradinho é também uma das peças deste motor. Ele contribui para a difusão da dança do salão e da música originária da Jamaica em São Luís - destaca. - O reggae se enraizou na ilha e tem influenciado no nosso jeito de vestir e dançar. Ao dançar agarradinho estamos assumindo uma identidade cultural genuínamente maranhense. Acho que o título de Patrimônio Imaterial do Maranhão é justo e benvindo tendo em vista que dança de reggae do salão além de mexer com o corpo e a sensibilidade do maranhense, também influencia quem vem de fora em busca de conhecer a magia do reggae consumido aqui - reconhece.

Quem não dança reggae agarradinho bom sujeito não é. E na hora de escolher qual o melhor "hit", DJ Waldiney indica Bob Marley, Eric Donaldson, Gregory Isaacs, John Holt e Jacob Muller. E pelo lado nacional, ele destaca Natiruts, César Nascimento, com a "MAGUINHA DO SÁ VIANA", entre os que massa regueira gosta de dançar em um rolê em que o DJ é o residente.

Patrimônio Tombado

A proposição foi recebida pelo secretário de Estado da Cultura (Secma), Anderson Lindoso, que encaminhou à solicitação aprovado pelo governador Flávio Dino.

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