Saúde

Ricardo Murad fala sobre campanha de combate à dengue

Secretário de Saúde é entrevistado no programa Ponto Final, na Rádio Mirante AM.

Pedro Sobrinho, Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 11h01
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O secretário de Estado de Saúde, (SES), Ricardo Murad, disse que a população é o principal segmento e foco de toda a estratégia de campanha de combate a dengue que tem como foco transmissor o Aedes aegypti, um mosquito caseiro, que prefere ficar em áreas alagadas e atacar na região das pernas, embaixo das mesas, próximo ao chão.

Em entrevista à Mirante AM, Ricardo Murad declarou que, nos próximos 90 dias, São Luís vai vivenciar um mutirão de ações emergenciais para impedir um risco de epidemia da dengue, tendo em vista que o Ministério da Saúde aponta a capital maranhense com uma possível candidata a absorver o surto da doença. Os trabalhos serão realizados em todos os bairros da capital e contarão com a parceria do Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil, Exército Brasileiro e Prefeitura de São Luís e da imprensa, por meio de uma ampla campanha publicitária.

Sobre a participação do Corpo de Bombeiros, o Exército Brasileiro e a Prefeitura de São Luís, o secretário definiu como estruturas institucionais que têm sido parceiros da Secretaria de Saúde e do governo do Estado de uma forma eficiente.

- Essas instituições têm nos dado amplo apoio e têm respeito da opinião pública. O envolvimento delas mostra a seriedade do problema. Portanto, todo um aparato está sendo montado para que mutirão de combate à dengue tenha um resultado satisfatório. O nosso objetivo é evitar o risco de uma epidemia que é muito evidente em vários municípios brasileiros. O nosso grande desafio é a dengue como prevenção e combate - ressaltou.

O lançamento da campanha ocorre, nesta segunda-feira (21), no Palácio Henrique de La Rocque, com a presença da governadora Roseana Sarney.

Locais do mutirão

O mutirão será realizado com ações rotineiras de visitas domiciliares com inspeções prediais, eliminação e tratamento de criadouros pelas instituições, limpeza pública de terrenos baldios e recolhimento de materiais de grande porte não utilizáveis. Também serão desenvolvidas ações direcionadas em bairros e adjacências da Cidade Operária, Vinhais, Cidade Olímpica, Centro, Anjo da Guarda, Cohatrac, Cohab, Coheb Sacavém, Quebra Pote e Maracanã, áreas de maior infestação de larvas de mosquito Aedes aegypti.

Operacionalização

Sob a coordenação da Secretaria de Estado da Saúde (SES), o mutirão mobilizará equipes do Exército, do Corpo de Bombeiros e 558 agentes de endemias; vinte carros fumacê para a borrifação nos bairros e dez carros de som que divulgarão mensagens para alertar a população sobre a necessidade da participação de todos no combate à dengue. Todos os agentes receberão mochilas de lona fornecidas pela SES com material para o trabalho de campo, e será distribuído material informativo sobre ações necessárias para evitar focos do mosquito.

Para garantir que todos os agentes municipais de endemia participassem do mutirão, a SES assegurou o pagamento de uma ajuda de custo mensal de R$ 150 para cada agente, por três meses. Nesse acordo com o sindicato da categoria a medida foi necessária, porque eles estão em negociação trabalhista com o município e, por decisão judicial, somente 50% deles estavam fazendo as visitas domiciliares que são vitais para a eliminação dos focos do mosquito Aedes aegypti.

Levantamento

De acordo com os registros oficiais da SES, até o início deste mês, foram notificados, no Maranhão, 2.797 casos de dengue, correspondente a um aumento de 370% em relação ao ano de 2010 – quando foram notificados 595 casos. Em 2010, na capital, foram registrados 387 casos, o que representa um aumento de 614,8% em relação ao ano passado, quando foram registrados 38 casos.

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O início precoce do período chuvoso em 2011 contribuiu para o aumento do número de casos, já que, em 2010, as chuvas começaram em abril. O aumento da proliferação do mosquito transmissor acontece nos primeiros meses do ano, período considerado crítico, em decorrência do aumento de coleções hídricas (criadouros) proporcionados pelas chuvas.

Origem

O mosquito da dengue, muito parecido com o pernilongo, é menor que um mosquito comum (5 a 7 milímetros), de cor escura, rajado, com listras brancas no corpo e nas patas. Chama-se Aedes aegypti, por ter sido identificado no Egito. O nome significa "o indesejável do Egito". Provavelmente, nem as múmias o queriam por lá!

Curiosamente, somente a fêmea precisa do sangue humano para seu desenvolvimento; o macho alimenta-se de frutas. Portanto, somente as fêmeas irão transmitir a dengue.

O Aedes aegypti ataca somente durante o dia, geralmente de manhã ou no fim da tarde.

Como dificultar a vida do mosquito

Elimine todo tipo de criadouros. Vistorie a casa e o ambiente de trabalho uma vez por semana.

Os mais comuns são: pratinhos de planta, caixas-d'água, qualquer recipiente com água (garrafas, latas, tampinhas, copos plásticos), ralos, piscina sem tratamento, vaso sanitário aberto, calhas, trilho do box ou da janela, bandeja da geladeira (modelos antigos).

Lave as vasilhas dos animais de estimação com escova uma vez por semana.

Ralos devem ser tampados ou receber sal, detergente ou água sanitária uma vez por semana.

Inseticidas não devem ser usados indiscriminadamente, porque o mosquito pode ficar resistente.

Use repelente (observe as indicações do produto).

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