Guajajaras ameaçam interditar a BR-226 e clima de tensão aumenta

Indígenas alegam atraso no repasse de recursos da Saúde para a aldeia.

O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 15h00

JENIPAPO DOS VIEIRAS - Os índios Guajajaras da Aldeia Santa Maria, no município de Jenipapo dos Vieiras, ameaçam interditar novamente a BR-226 caso a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) não repasse os recursos atrasados para aldeia.

Dessa vez, os índios prometem protesto mais agressivo do que o realizado no início da semana passada, quando, além de interditarem a rodovia ainda saquearam e queimaram um caminhão de mercadoria. Naquela ocasião, a rodovia foi fechada pelos índios por um período de cinco horas.

O pequeno comerciante Ivo Araújo Nascimento, 32, que mora no Povoado Santa Maria, distante cerca de 2km da aldeia de mesmo nome, informou ontem, por telefone, que o clima no povoado é de apreensão, já que a forma encontrada pelos índios para protestar termina prejudicando as mais de 70 famílias do lugar.

“Ontem, o Paulinho Guajajara esteve aqui no povoado e disse que até aquele momento a Fundação Nacional de Saúde ainda não tinha liberado os recursos. Ele estava muito nervoso”, informou Ivo Nascimento. Paulinho é o filho do cacique Antônio Mariano Guajajara, chefe da Aldeia Santa Maria, que teria comandado os protestos da semana passada.

“Não acho certo o jeito que eles encontraram para protestar. Nessa história todo mundo termina tendo prejuízo”, destacou Ivo Nascimento. Por precaução, ante a iminência de uma nova interdição da BR-226, os motoristas, principalmente caminhoneiros, estão evitando trafegar por aquela rodovia.

Sem apoio - Os Guajajaras da Aldeia Santa Maria não têm o apoio de seus irmãos do Posto Indígena da Aldeia Coquinho, localizada também no município de Jenipapo dos Vieiras. Telmiston Pereira Carvalho, chefe daquele posto e que chegou a ser apontado por um político daquela região como o homem que estaria por trás da primeira interdição da BR-226, não concorda com os protestos dos índios da Santa Maria.

“Não compactuo com esse tipo de coisa. Não gostei da acusação e vou procurar os meus direitos”, asseverou Telmiston, que disse ainda que interdição da rodovia, o saque e a queima de veículos constituem-se numa total falta de respeito com quem não tem nada a ver com o atraso do repasse de verbas dos Guajajaras da Santa Maria.

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