A Gente Conta

Cultura do Maranhão nas telas do cinema

Erlanes Duarte realiza o sonho de levar a cultura local para o cinema com a franquia de sucesso "Muleque Té Doido"

Bárbara Lauria / Equipe O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
(Erlanes Duarte)

São Luís – O amor pela Sétima Arte requer coragem. São muitos os que sonham desde pequenos com as enormes telas de cinema e com toda a produção que está por trás daqueles mágicos quadros. Para esses, Erlanes tem um recado “tenham coragem e sigam esse sonho”, pois foi assim que o diretor realizou o seu.

Diretor de cinema, roteirista, ator e músico. Essas são algumas das funções que Erlanes Duarte, criador da franquia “Muleque Té Doido”, passou a ocupar ao longo dos anos, enquanto produzia os três longas maranhenses que se tornaram grande sucesso nacional.

Mas apesar do primeiro filme da franquia ter sido lançado apenas em 2014, o desejo de trabalhar com produção audiovisual e a representação maranhense começou muito antes, ainda no início da juventude. E, como conta Erlanes, foi no final de 2012, enquanto cursava a faculdade de Publicidade e Propaganda, que ele finalmente teve coragem para colocar em prática seu sonho.

“Eu já vinha da música, minha vida inteira eu vivia música, cantava em bandas e blocos carnavalescos, mas sempre fui apaixonado por cinema. Sempre quis fazer alguma coisa na área. E somente no final de 2012 eu faço o roteiro, converso com os profissionais, com a equipe, os atores, para que pudéssemos realmente idealizar um filme. E ai veio todo um planejamento e pesquisas sobre lendas”, conta o diretor.

O filme foi gravado ainda em 2013 e lançado em 26 de julho de 2014. Após se tornar um grande sucesso, se sucederam mais dois filmes da franquia: Muleque Té Doido 2: A Lenda de Dom Sebastião (2016) e Muleque Té Doido! Mais Doido Ainda! (2019). O quarto filme da franquia, o último da saga, ainda está sendo gravado e tem previsão de lançamento para o final deste ano, 2021.

“Devido a pandemia, tivemos que fazer adaptações e mudar o calendário. Agora a previsão é que o filme seja lançado ainda no final deste ano. Mas ainda sim dependemos da reabertura dos cinemas”, disse.

Representatividade

Erlanes conta ainda que seu sonho não se resumia ainda em apenas produzir filmes, mas sim em colocar o maranhense na tela dos cinemas. A representatividade cultural se tornou a característica principal dos seus trabalhos e o maior atrativo de seus fãs.

“Esse é nosso objetivo desde o começo. Fazer um filme que pudesse espelhar, expressar, de alguma forma o jeito de ser do maranhense, seu cotidiano, sem dizer se é errado ou se é certo, mas expressar isso. É um registro de um tempo, de uma sociedade que a gente vive. E a ideia sempre foi essa, colocar o maranhense em destaque para que ele pudesse se assistir na telona”, contou.

Com muito humor, os longas retratam o cotidiano maranhense, as lendas folclóricas e urbanas do estado e toda a cultura loca, usando a ilha de São Luís como pano de fundo, e suas belezas arquitetônicas e artísticas. “A ideia era mostrar São Luís para o maranhense, para o brasileiro, inclusive os que não vivem no estado. Depois do filme recebi muitos elogios de gente daqui, que morava em outro local, e disse poder ter matado a saudade com o filme”.

Futuros projetos

Atualmente, além das gravações do último filme da saga de Muleque Té Doido, Erlanes também está finalizando o seu próximo filme, que será o primeiro longa de terror maranhense, “O Curupira – O Demônio da Floresta”. “Tivemos muito cuidado também, pois é um gênero completamente diferente. A gente saiu da nossa zona de conforto e fomos para um projeto que é difícil ser executado., mas apostamos muito nos atores, e o filme é uma ótica mais sombria de uma lenda que todos nós já conhecemos”, disse sobre o filme. Também dependendo da reabertura dos cinemas, o lançamento está previsto para julho deste ano.

Além dos longas, Erlanes também contou que pretende continuar com projetos do Muleque té doido, mas em formatos além de filmes. “A gente tem dois desafios agora pela frente, O primeiro é lançar Curupira no primeiro semestre e o segundo é lançar Muleque Té Doido no segundo. Isso é algo encorajador, pois serão dois longas em um único ano. E pois isso estamos com projetos para a TV, mas ainda discutindo, conversando e dialogando, para conseguirmos montar algo para a TV e Internet”.

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