São Luís- Quando trocou sua terra natal, Juazeiro do Norte (CE) por São Luís, aos 17 anos, Sebastião Vanderlaan de Almeida Rolim acompanhou a família de comerciantes e nem imaginava a grande obra social que anos mais tarde abraçaria com abnegação e tendo a missão de perpetuar um legado de trabalho e amor, cuja nobre missão era garantir inclusão e dignidade às pessoas com deficiência, por meio da oferta de educação, reabilitação e saúde.
É a Apae de São Luís (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), entidade que entraria na vida de Vanderlaan por laços de amor, ao casar-se com a advogada Conceição Rolim, filha do fundador da entidade, o auditor fiscal e professor de Direito (UFMA) Expedito Alves de Melo, um incansável lutador em prol da causa da inclusão da pessoa com deficiência.
Dois dos cinco filhos de seu Expedito e dona Antônia Zeile (Antuninha) desenvolveram deficiência intelectual e, graças à entidade que ele e a esposa implantaram, somando esforços com outros pais, muitos maranhenses, incluindo seus filhos Joaquim Felipe Lima Melo Jr. (hoje com 65 anos) e Raimundo Alberto Lima Melo (50 anos) tiveram acesso à educação e uma vida pautada pela dignidade, acolhimento familiar e produtividade.
Após o falecimento do professor Expedito, em 2014, o genro Vanderlaan se envolveu ainda mais diretamente na administração da Apae de São Luís, ajudando a perpetuar a grandiosa obra deixada pelo fundador, e que incluía, também, desde 1998, a Faculdade Santa Terezinha (CEST), criada para inicialmente para preencher uma lacuna na formação de profissionais de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional. Hoje, a instituição conta com 11 cursos e é sinônimo de excelência acadêmica, mas tendo o foco social como diferencial.
Formação
Bacharel em Direito e Administração de Empresas, ele é pós-graduado em Gestão Empresarial, além de empresário do ramo de calçados e esportes, com ampla experiência no comércio atacadista e varejista. E foi essa expertise em gestão que ele levou para a Apae de São Luís, desde que assumiu a entidade. Inicialmente, atuou por anos como membro do Conselho Fiscal. De 2014 a 2016, atuou como vice-presidente. No período de 2017 a 2019, foi eleito pela primeira vez presidente, cargo que ocupa agora, aos 57 anos de idade, pela segunda vez nesse triênio de 2020-2022.
“Inicialmente, a Apae de São Luís teve como área pioneira a Educação, para em seguida ampliar e oferecer atendimentos, também, nas áreas de reabilitação e saúde (contando com convênio com o SUS / Sistema Único de Saúde). A luta do professor Expedito e dos demais pais que fundaram a Apae de São Luís não foi só para viabilizar a instituição, mas também para combater o forte preconceito da época, em uma sociedade que simplesmente estigmatizava, marginalizava e excluía as pessoas com deficiência. Graças ao apoio decisivo da então primeira dama do Estado, Dona Eney Santana, no dia 10 de março de 1971, foi fundada a Apae de São Luís, sendo essa a primeira Apae criada em todo o Maranhão”, recorda o atual presidente.
A esposa e advogada Conceição Rolim é seu braço direito na instituição, onde atua como consultora jurídica da Apae de São Luis e faz parte da atual Diretoria da Faculdade Santa Terezinha (CEST). Já as duas filhas do casal, Eva Caroline Melo Rolim (médica residente) e Ana Zeile Melo Rolim (acadêmica) optaram pela área da saúde.
Obra
Para o casal, esse trabalho social na instituição é uma causa de amor e de propósito, cuja obra só cresce a cada dia e conta com o apoio fundamental de outros voluntários que integram a Diretoria e os Conselhos Administrativo e Fiscal, além de um competente staff de colaboradores, igualmente entusiastas da causa da inclusão e desenvolvimento das pessoas com deficiência.
“Completamos 50 anos de muito trabalho e grandes conquistas, transformando não somente a vida dos nossos alunos, mas de muitas famílias. A escola Eney Santana e os demais setores da Apae de São Luís atuam com o objetivo maior de transformar a vida das pessoas com deficiência. Ao darmos o ambiente e as devidas condições para o desenvolvimento cognitivo, social e psicomotor o que se observa é o desabrochar de pessoas que podem e devem ser produtivas, e incluídas com dignidade na sociedade. Atuamos nesses eixos principais que são a Assistência Social, Saúde, Educação (Escolarização, Educação e Qualificação Profissional e Inclusão no Mercado de Trabalho), Reabilitação, Arte e Cultura. Como diz o nosso slogan, todos aqui somos APAExonados por essa causa”, explica Vanderlaan.
Crescimento
Vale destacar que a instituição foi crescendo ao longo desses 50 anos e incorporando outros serviços. Em 1992, foi fundado o Laboratório de Análises Clínicas e o setor responsável pelo Teste do Pezinho. Em 2001, aconteceu a habilitação da Apae de São Luís como referência estadual em triagem neonatal. Em 2002, aconteceu o convênio com o SUS/SEMUS e, em 2003, a Fundação da Clínica Escola Sta. Edwiges. Em 2007, foi implantado o Programa de Saúde Auditiva e, em 2020, a implantação do Projeto de Reabilitação Pós-Covid19.
O agravamento da pandemia da Covid-19 no Estado obrigou a mudança de planos nas celebrações planejadas para os 50 Anos da instituição, mas não diminuiu em nada o entusiasmo pela causa.
“Planejamos um amplo calendário de ações, a serem realizadas ao longo de 2021, para dar maior visibilidade à instituição e mostrar a relevância dessa causa. Nesse mês, cancelamos as ações que incluíam homenagens internas a colaboradores, Diretores, professores e alunos, assim como às empresas, doadores e voluntários que nos ajudam a manter essa grande obra. Vamos manter uma missa de ação de graças com transmissão on-line. Optamos por preservar a segurança de todos nesse momento, mas com fé em Deus ainda faremos tudo o que foi planejado para registrarmos formalmente o grande legado do professor Expedito Melo e dos demais que ajudaram a construir a APAE de São Luís, além de mantermos diversos projetos como a construção da ampliação na escola Eney Santana. Temos muito a contribuir para com a sociedade e assim o faremos, graças ao apoio de tantos benfeitores, aos quais já externo minha enorme gratidão”, disse emocionado Vanderlaan.
E é assim, com um olho nos custos e na gestão, que já foi elogiada nacionalmente e outro olhar com o coração, que Vanderlaan Rolim segue sonhando em fazer da Apae de São Luís um modelo de acolhimento e transformação para todas as pessoas com deficiência e quem mais buscar os serviços da instituição. Para ele, sonho, propósito e trabalho são os ingredientes necessários para continuar a edificar e ampliar essa obra que é de toda a sociedade. l
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