
PH: Cristo e a lição de paz
E mais: Vigília Pascal em São Luís
Cristo e a lição de paz
A celebração da Paixão de Cristo, no Brasil, não é apenas uma efeméride religiosa, mas foi secularizada pela tradição. Certamente, a prática da penitência, ou a maior afluência aos templos, a partir do Domingo de Ramos, tem uma conotação mais visível no ritual dos católicos, onde se estimula a prática penitencial. Ainda assim, está dirigida, nos anos recentes, para a convivência com os temas da nossa vida social. Este ano, por exemplo, com uma atenção forte para unir a sociedade na promoção de uma economia a serviço da vida, sem exclusões, criando uma cultura de solidariedade e trazendo paz.
A Semana Santa é, para os religiosos, um tempo apropriado aos exercícios espirituais, às liturgias penitenciais, às privações voluntárias como o jejum e a partilha fraterna em obras de caridade, ou da simples esmola aos desprotegidos.
Entre nós, 50 anos atrás, as rádios se limitavam, a partir da quinta-feira até a chegada do sábado de Aleluia, a divulgar músicas instrumentais, de preferência de ritmo lento, dos chamados autores clássicos. Hoje, não há modificação sensível na programação diária dos veículos de comunicação.
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A abstinência de carne foi há muito substituída por mesas fartas, ainda que exclusivamente com peixes e produtos vegetais.
No nosso caso, desde o bacalhau importado até os pescados frescos de nossos mares, rios e alagados (às vezes os açudes e barragens construídas para gerar energia elétrica). As comidas de coco, inclusive o feijão e o arroz, fazem parte do ritual mundano da Semana Santa. E o vinho tem seu lugar garantido à mesa, até em muitas famílias de baixa renda. Recente é a introdução de práticas importadas como a distribuição de “ovos de Páscoa” em forma de chocolate.
Tudo isso, em homenagem ao Cristo que, há dois mil anos, incorporou ao espírito conturbado do Planeta Terra sua lição de paz que deveria servir de roteiro ao mundo interior de todos nós.
Carpinejar e a Páscoa
Faço coro com Fabrício Carpinejar ao perguntar “O que estamos fazendo de nossa Páscoa?” para logo em seguida responder: “As cestas de Páscoa de antigamente tinham um charme artesanal e afetivo que se perdeu no tempo”.
Realmente, eram montadas nos lares, secretamente, com enfeites e doces caseiros: ovos pintados à mão, coelhinhos de tecido, biscoitos amanteigados em formato de cenoura, docinhos de leite condensado enrolados com embrulho colorido, pães de mel com cravo e canela, amendoins caramelizados, balas de coco, trufas, pudim no potinho e bolinhos confeitados.
Sentíamos o calor da mão de quem cozinhava, a guloseima fresquinha, recém-saída da panela, o carinho das vésperas e dos sonhos.
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O poeta e cronista gaúcho lembra, ainda, que os pais renunciavam à publicidade pelo mistério, com um suspense bem forjado e oculto no mundo adulto. Ajeitavam a surpresa em cestos de vime, forrados com guardanapos bordados ou papel crepom e celofane. Guarneciam as bandejas de modo igualitário, peça por peça, item por item, para não gerar ciúme entre os irmãos.
Como acontecia também às vésperas do Natal, a prole vigiava o raiar do sol, a manhãzinha do Domingo de Páscoa com expectativa. O coelho entregaria o mimo em algum lugar incógnito da casa. Ela deveria procurar, rastrear o esconderijo, abrir as portas dos armários e as gavetas, espiar debaixo das camas e das mesas, revirar as almofadas do sofá, mexer nos entulhos da garagem, nos baldes do tanque da lavanderia.
Naquela época, dávamos mais atenção ao gesto do que ao conteúdo. Não existiam a atual disputa de marcas, a demanda por brindes e presentes, a obsessão por personagens conhecidos do universo infantil.
As cestas personalizadas e neutras desabilitavam a concorrência e a inveja.
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A verdade é que naquele tempo prezávamos o sentido religioso da ressurreição de Cristo – hoje as crianças nem mais sabem se o momento se refere ao nascimento ou à morte de Jesus. Reverenciávamos a fertilidade e o início de uma nova vida, representados pelos ovos e pela figura do coelho.
A cobiça vem apagando as pequenas delícias da família. Uma caixa de bombons não emociona mais. Já estamos completamente indiferentes à data, exigindo o tamanho cada vez maior do produto. Os pais gastam o que não têm, sofrem com as chantagens e birras, compensam a culpa e a sua ausência com o consumismo.
A idolatria do brinquedo junto ao chocolate derrubou a compaixão. A embalagem subjugou o interior dos hábitos. Sobrou apenas a casca de um feriado, sem nenhuma profundidade metafísica.
Jogamos fora o movimento lúdico do faz de conta, as brincadeiras coletivas, o pacto com os antepassados, os rituais de geração a geração, as ideias criativas, a caça ao tesouro, o uso da imaginação. O açúcar, antes, funcionava como um pretexto para entender e praticar outras doçuras. _
“Nenhum obstáculo é grande demais se temos fé em Deus”.
Recebi essa mensagem por e-mail hoje. Justamente quando encarava um obstáculo que parecia intransponível, dentro de mim.
As pessoas que não buscam seu real ser, o interior, não sofrem com esses obstáculos. Porém, sofrem mais, com os reveses do mundo exterior, do trabalho, da matéria.
Sem fé, parecemos desamparados. Mesmo sem fé, não estamos.
Com fé, somos conduzidos por um caminho que é mais florido conforme for mais intensa essa energia. Em minha jornada rumo a mim mesmo, tenho visto as coisas mais belas que, antes, não acreditava existir ali. E minha fé, vejo, ainda é pequena.
2026 será apenas mais um ano, com possibilidades de variar conforme o plantio de 2025 e anos anteriores. Não há surpresas, apenas colheitas.
Ame, pois o amor é a fonte de tudo. Tudo existe pelo amor.
Caminhe, pois ninguém é desorientado, apenas resolveu não seguir pelo caminho traçado. E quantos mestres de luz já não vieram nos guiar! E quantos mestres de luz estão agora, nesse momento, encarnados e nos guiando?
A luz nunca cessa.
Vigília Pascal em São Luís
Amanhã a Arquidiocese de São Luís celebra a Vigília Pascal, considerada a “Mãe de todas as Vigílias”, por ser a mais solene e extensa celebração litúrgica da Igreja Católica, com duração aproximada de quatro horas.
A celebração será realizada em todas as 57 paróquias da Arquidiocese.
Na Catedral Metropolitana de São Luís a celebração será presidida pelo arcebispo metropolitano, dom Gilberto Pastana de Oliveira.
A Vigília Pascal em São Luís-MA é uma celebração cristã que ocorre no Sábado Santo, no final da Semana Santa, e marca a passagem do Sábado Santo para o Domingo de Páscoa.
Após a missa, os fiéis seguirão em procissão com o Cristo Ressuscitado ao redor da praça Pedro II.
DE RELANCE
Um irretocável Bob Dylan
‘Um Completo Desconhecido’ tem dois concertos que garantem o filme entre os melhores da temporada. Um deles é não optar por uma cinebiografia extensa de Bob Dylan, concentrando uma narrativa no período inicial de cinco anos que exibe ao mundo os clássicos do trovador. O outro acerto é Timothée Chalamet.
O jovem ator fez a lição de casa regularmente nas biografias hollywoodianas. Reproduzido com rigor visual e os trejeitos de Dylan. Na pele do ator, Dylan chega a Nova York, torna-se um ídolo sem precedentes da música folk e, em 1965, enfrenta os puristas desse gênero ao assumir seu lado roqueiro, trocando o violão pela guitarra elétrica.
Timothée Chalamet desafiou o diretor James Mangold, que pretendia reconstruir o vocal de Dylan com IA e cantou quase 20 músicas com sua própria voz. Ou melhor, com uma voz dylanesca que ele tirou sabe-se lá de onde.
Para revolta dos fãs, é um Dylan melhorado ao se aproximar do microfone. Este é um filme com muitos motivos para ser assistido. E aplaudido.
Recursos de IA que chegam ao iPhone
Inteligência artificial é o assunto do momento no mercado de smartphones, mas a verdade é que a IA sempre foi utilizada nos bastidores, para fazer trabalhos pesados sem que os usuários percebessem que ela estava lá, dentro do seu celular.
O que mudou é que muitas empresas passaram a falar de IA como um novo protagonista desse mercado, com poder suficiente para mudar a forma como usamos nossos celulares.
Uma das novidades mais recentes para quem tem iPhone foi lançada pela Apple Intelligence no Brasil, em português.
A atualização chegou no último dia de março, com o lançamento do sistema operacional iOS 18.4.
Mas o que isso significa para os brasileiros que usam iPhones? O que a IA da Apple pode fazer para facilitar sua rotina? Separamos alguns dos recursos mais úteis para você conhecer.
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Sabe quando você fica sem checar o celular durante uma reunião e depois volta com uma abundância de mensagens não lidas no WhatsApp? A Apple Intelligence pode resumir em apenas uma notificação, por exemplo, o assunto das 80 mensagens recebidas nos grupos do condomínio e da família durante esse período, sem precisar abrir cada uma das conversas.
Se você é do tempo que usa muitos emojis para se expressar, vai gostar de saber que a IA da Apple pode criar imagens personalizadas com apenas alguns cliques. Os chamados Genmojis podem ser feitos a partir de mídias de sua galeria, como fotos de amigos e animais de estimação, ou apenas com uma breve descrição de texto.
Para fazer o seu, basta clicar no campo de digitação dentro de uma mensagem, tocar no ícone de emoji (carinha feliz) e, em seguida, no ícone de emoji brilhante com um símbolo de + (fica na parte superior direita do teclado, ao lado da barra de pesquisa).
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A busca por fotos e vídeos dentro do iPhone também melhorou com a Apple Intelligence. Você pode pesquisar por termos super específicos, como “eu dançando de vestido longo”, em sua galeria para tentar resgatar determinado registro.
Apagador de pessoas e objetos: presente em diversos aplicativos terceiros e celulares da concorrência, a função finalmente chegou aos iPhones.
Para remover algo ou alguém de seus cliques, é preciso entrar na edição de uma imagem (dentro do app Fotos mesmo) e ir na seção “Limpeza” (ícone de uma borracha, na parte inferior à direita). Aí é só selecionar o “intruso”, tocando ou circulando, para que a IA faça o trabalho de limpeza.
Estes são apenas alguns dos exemplos de recursos úteis que a Apple Intelligence trouxe aos iPhones .
TV UFMA e Sessão Cabine
Tem novidade cinematográfica na TV UFMA! Os cinéfilos e admiradores da sétima arte agora têm um encontro marcado, todas às segundas-feiras, às 19h, com a Sessão Cabine.
O programa semanal da TV Pernambuco, apresentado e editado por Rafael Guerra de Melo, integra a nova programação da emissora maranhense.
Com análise crítica de filmes, novidades do cinema nacional e exibição de curtas, o Sessão Cabine amplia as atrações da TV UFMA na difusão do audiovisual e valorização do cinema brasileiro.
Com a nova faixa do Sessão Cabine, e ainda, o Curta Agora, o Cineclube Casarão e o Janela do Aluno, produções da TV UFMA, a emissora universitária soma agora quatro atrações focadas na divulgação da sétima arte.
Para a diretora da TV UFMA, Cecília Leite, a nova atração amplia e fortalece os conteúdos audiovisuais na emissora.
TV UFMA no Festival Guarnicê
Vale lembrar que a TV UFMA exibiu recentemente a Sessão Guarnicê, série que traz entrevistas com os primeiros cineastas maranhenses das décadas de 70, 80 e 90.
“Este ano, a TV UFMA será, mais uma vez, parceira na divulgação do 48º Festival Guarnicê de Cinema, um dos eventos cinematográficos mais importantes do Brasil, realizado pela Pró-reitoria de Extensão e Cultura da UFMA, que acontecerá de 1º a 8 de agosto, em formato híbrido, mantendo sua tradição de impulsionar a produção audiovisual nacional e internacional.
Para escrever na pedra:
“As armas não fazem o destino de um homem, mas podem por em risco toda a humanidade”. De Karol Wojtyla, o santo Papa João Paulo II.
TRIVIAL VARIADO
Tiana: hoje é dia de festejar uma grande amiga: Tiana Gomes Pereira está mudando de idade e, certamente, vai receber o abraço carinhoso de muitos amigos que aqui conquistou desde que trocou Brasília por São Luís.
Obesidade no mundo: de cada 100 adultos, 42 estão acima do peso — são quase 1,4 bilhão de pessoas que ultrapassaram o nível recomendável.
Páscoa mais cara: levantamento aponta que os preços de ovos de chocolate variam 423% no País. O preço médio do ovo é de R$ 35,57.
Saiba Mais
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