SALVADOR - O ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, garantiu hoje que o governo brasileiro não vai permitir que "o crescimento do turismo se dê às custas da exploração sexual-comercial das crianças e adolescentes".
A afirmação foi feita na visita aos participantes do Seminário Turismo Sustentável e Infância, que faz parte do Fórum Mundial do Turismo pela Paz e Desenvolvimento. O fórum, aberto na quarta-feira (1º) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, termina no domingo (5).
O ministro aceitou as críticas de que o governo está atrasado, comparando às ações da sociedade civil, mas assegurou que em pouco tempo vai "chegar junto", e apontou algumas vitórias.
Segundo ele, "trabalho de inteligência" da Polícia Federal impediu, na semana passada, a vinda da Itália de dois vôos fretados para uma capital do Nordeste, trazendo turistas com interesses exclusivamente sexuais. "Na chegada, todo mundo seria preso e algemado", disse o ministro.
Mares Guia lamentou a miséria que existe em alguns pontos turísticos brasileiros. Segundo ele, isso é que leva as famílias a "empurrar" suas filhas para a prostituição, principalmente com turistas estrangeiros. Para o ministro, trata-se de um problema social grave, que exige uma ação firme de polícia.
Ele destacou a necessidade de melhorar o recebimento das denúncias sobre o assunto. "A denúncia é fundamental no combate a esse tipo de exploração, mas, além do aparato não-centralizado, é preciso agir prontamente. Por isso, não pode ficar centralizado apenas no governo federal", completou.
O ministro reconheceu a necessidade de transformação de atitudes em todos os setores, e disse que já fez essa proposta no Conselho Nacional de Turismo, que reúne governo, empresários e organizações voltadas para o setor. Ontem (2), ele jantou com o governador da Bahia, Paulo Souto, e hoje se encontra com políticos, antes de voltar a Minas.
Mares Guia revelou que o ministério está mantendo contato com embaixadores de países de origem de alguns dos estrangeiros que vêm ao Brasil em busca do turismo sexual e já recebeu garantias de colaboração da Alemanha e da Bélgica, que têm leis rígidas para este tipo de infração.
"Eles me disseram que, quando forem presos aqui no Brasil, os criminosos podem ser deportados e, chegando lá, serão levados direto para a cadeia, sem direito a sursis. É isto que nós faremos com todos eles, mostraremos as fotos deles todos, algemados, nos jornais daqui e dos países de origem deles", afirmou.
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