Fórum Mundial de Turismo discute Código de Ética

Eduardo Mamcasz, Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 14h55

SALVADOR - O código internacional de ética na condução do turismo foi a principal discussão na manhã de hoje no Seminário Turismo Sustentável e Infância, realizado no Trapiche, na orla da capital baiana, que faz parte do Fórum Mundial de Turismo para a Paz e o Desenvolvimento. Aberto ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o encontro vai até domingo (5).

Diotallevi, da Espanha, uma das palestrantes, lembrou que o Código de Conduta tem 10 artigos, existe desde 1995, e contém o que ela chamou de "compromissos com setores de toda a sociedade, inclusive os turistas visitantes". Camelia Teppelus, dos Estados Unidos, informou que empresas de 17 países adotaram o código e que 30 milhões de cópias já foram distribuídas pelo mundo.

"É preciso tratar a questão da exploração sexual de crianças e adolescentes como um todo, e não somente no setor turístico", alertou a norte-americana. Camelia lembrou a importância positiva que a adoção do código de postura correta no turismo provocou nos destinos, produtos e empresas que o adotaram. E mostrou os resultados no projeto piloto que está sendo realizado na Tailândia.

Alain Caudrelier, da França, representante da rede Accor de hotéis, revelou que, no caso da Tailândia, onde participa do projeto piloto, a escolha se deveu ao "problema bastante visível" que representa o turismo sexual naquele país asiático. Caudrelier informou que a rede distribuiu 500 mil folhetos em 325 agências e disse que os funcionários recebem treinamento para que possam "reagir a comportamentos suspeitos".

"Este é um grande desafio para os próximos anos", afirmou Alain. Ele lembrou, no entanto, da importância da adaptação do Código de Conduta às "culturas locais" para que possa apresentar resultados através de "códigos nacionalizados".

Rafaela Burgos, outra participante no seminário, apresentou o que já foi feito contra o turismo sexual em seu país, a República Dominicana, onde o código foi adotado em 1996. Na parte da prevenção, contou que foi positiva a criação de "escolas de pais e mães", explicando que o turismo sexual se combina com outros tipos de violência, a começar pela ocorrida dentro de casa.

Entre as dificuldades encontradas pela República Dominicana na adoção plena do Código de Ética em Turismo, segundo Rafaela Burgos, estão a "cultura da impunidade e a incapacitação da polícia e dos agentes turísticos." Entre as ações em andamento, ele citou a capacitação de cada cônsul dominicano nos países europeus, de onde costumam vir os turistas que exploram crianças e adolescentes.

Durante a palestra, Rafaela mostrou alguns cartazes que são usados nos aviões das rotas internacionais e nos aeroportos da chegada. Neles, destaca-se a frase "Na República Dominicana, protegemos nossos tesouros". De diferente está a foto de uma criança ao lado do patrimônio, que pode ser a floresta, o monumento histórico, enfim, os principais destinos turísticos daquele país do Caribe.

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