Cinema

Proibido a Cães e Italianos, de Alain Ughetto, estreia no Brasil em setembro

Animação francesa conta saga de família do diretor para fugir da fome na Itália no início do século XX.

Na Mira

Atualizada em 22/08/2024 às 14h59
Com estreia em 12 de setembro, a animação stop motion, um docudrama com bonecos e imagens de arquivo, chega aos cinemas brasileiros depois de passar por mais de dez festivais internacionais.
Com estreia em 12 de setembro, a animação stop motion, um docudrama com bonecos e imagens de arquivo, chega aos cinemas brasileiros depois de passar por mais de dez festivais internacionais. (Foto: divulgação)

BRASIL - A busca pela história da família italiana, que migrou pela Europa e América, levou Alain Ughetto, premiado diretor francês, a filmar Proibido a Cães e Italianos. Com estreia em 12 de setembro, a animação stop motion, um docudrama com bonecos e imagens de arquivo, chega aos cinemas brasileiros depois de passar por mais de dez festivais internacionais, entre 2022 e 2023 e receber muitos prêmios, incluindo o de Melhor Longa-Metragem de Animação, no European Film Awards, o Oscar europeu.

O filme também ganhou o Prêmio do Júrí, no Festival de Annecy e o Grande Prêmio, em Bucheon. No Brasil, teve première no É Tudo Verdade 2023, como filme de encerramento. E na mostra 8½ Festa do Cinema Italiano, quando foi eleito segundo filme mais votado pela escolha do público.

Proibido a Cães e Italianos é construído a partir de um diálogo ficcional com Cesira, a falecida avó do diretor, a quem ele pergunta tudo o que gostaria de saber para contar esta história. E que devolve ao neto um testemunho da experiência das gerações de imigrantes italianos. Em tom de poesia, e com imagens documentais, o filme dá a essa história pessoal uma dimensão universal.

A narrativa é nutrida com memórias ancestrais e vestígios do passado, como fotografias e correspondências. Durante essa experiência migratória, a família Ughetto improvisou uma nova casa cuja memória é o alicerce e que se relaciona com a trajetória de muitos imigrantes que vieram para as Américas nessa época. Coragem para sair, união familiar para persistir e muito afeto, personificado na nonna que criou todos os filhos com amor, apesar das perdas vividas no caminho.

O diretor, também neto, parte da saga do avô para retraçar a história, que começou no início do século 20, no norte da Itália, em Ughettera, berço da família Ughetto. A vida nesta região era muito difícil e para buscar um futuro melhor, Luigi Ughetto atravessa os Alpes e inicia uma nova vida na França, mudando para sempre o destino de sua família.

"O que me interessava era voltar no tempo para conectar memórias íntimas com um contexto histórico mais amplo", conta Alain. " ... inspirei-me na realidade. Mergulhei na minha própria memória, depois na dos meus primos, irmãos e irmãs. Entre a guerra e a migração, entre o nascimento e a morte, surgiu uma história. Além da tristeza de uma história pessoal, descobri uma jornada surpreendente, contada no filme", complementa.

Sobre o título, Alain explica: "Uma velha imagem circulando na internet me intrigou: um sinal em preto e branco pendurado em frente a um velho café dizia: "Proibido a cães e italianos".  A violência, a crueldade e a ferocidade desse pequeno sinal que recebia os migrantes se encaixam perfeitamente na evocação histórica que é a base do tema deste filme."

Proibido a Cães e Italianos estreou nos cinemas na França, onde fez quase 200 mil espectadores, e chega ao Brasil em 12 de setembro, em versão legendada.

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