Troca de Ideia

Tambor do Mestre Felipe celebra 50 anos com roda de conversa e dança

Encontro de Mestres e Mestras de Tambores de Crioula de São Luís do Maranhão com o tema: “Tambor de Crioula: o que permanece e o que se modifica em sua história”, neste sábado (6/5), a partir das 14h, na Casa do Tambor de Crioula, na Praia Grande.

Pedro Sobrinho / Jornalista

Atualizada em 07/05/2023 às 17h54

Neste sábado (5/6), o Tambor de Crioula de Mestre Felipe  faz 50 anos. Para comemorar esse marco histórico será realizado o Encontro de Mestres e Mestras de Tambores de Crioula de São Luís do Maranhão com o tema: “Tambor de Crioula: o que permanece e o que se modifica em sua história”, a partir das 14h, na Casa do Tambor de Crioula, na Praia Grande. A programação apresenta a Roda de Conversa com Mestres e Mestras do Tambor de Crioula e, logo em seguida, a partir das 18h, Roda de Tambor de Crioula, para celebrar com muita dança e alegria. E quem deu mais detalhes do evento foi MARCO AURÉLIO HAICKEL, numa TROCA DE IDEIA, com o jornalista PEDRO SOBRINHO, no PLUGADO, na MIRANTE FM, na noite dessa terça-feira (2/5).

Marco Aurélio Haickel no Plugado, na Mirante FM. Foto: Divulgação
Marco Aurélio Haickel no Plugado, na Mirante FM. Foto: Divulgação

Segundo Marco, a ideia do encontro é promover o diálogo entre mestres e mestras, reverenciando os fundamentos do tambor de crioula do Maranhão, discutindo as mudanças que já aconteceram e trazendo também o resgate da trajetória da Turma de Mestre Felipe.

- É com espírito de refletir sobre a dinâmica histórica e estimular a preservação cultural que estamos comemorando os 50 anos da Turma de Mestre Felipe, conectados à transmissão de seus fundamentos para futuras gerações, assim como na manutenção de seu sotaque, o Tambor de Crioula tocado sem matraca - explica Marco Aurélio Haikel, integrante da coordenação do Tambor de Mestre Felipe.

Para participar do encontro foram convidados grupos da grande ilha, entre eles Tambor de Crioula Prazer de São Benedito (Mestre Apolônio); Tambor de Crioula Milagre de São Benedito (Seo Antoninho); Tambor de Crioula Amor de São Benedito (Fé em Deus); Tambor de Crioula Poderoso Padroeiro da Liberdade (Mestre Leonardo); Tambor de Crioula do Taim e Tambor de Crioula de Dona Nilza.

As comemorações seguem também pelo mês de junho, dando as boas-vindas às festas juninas e em comemoração aos 99 anos de Mestre Felipe e ao seu legado. No dia 10 de junho será realizado o “Tambor de Porta de Rua”, na Vila Conceição, bairro Coroadinho. A festança, liderada pelo seu filho Zé Raimundo e família, é aberta ao público, começa às 10h e promete durar o dia todo.

As atividades contam com a parceria da Secretaria de Estado da Cultura (Secma), da Casa do Tambor de Crioula e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Sobre o Tambor de Crioula do Mestre Felipe
Em meados da década de 1960, Mestre Felipe e sua esposa, Dona Mundica, fixaram residência em São Luís do Maranhão. O costume trazido do povoado Tabocas, em São Vicente de Férrer, clamava pela continuidade das Rodas de Tambor de Crioula entre parentes e amigos residentes na capital maranhense.

No início dos anos 1970, grande contingente migratório da região Baixada Maranhense se instalou na região hoje compreendida pelo Bairro de Fátima, Liberdade, Fé em Deus, Caratatiua, Monte Castelo e uma década depois, na região onde estão localizados o Sacavém, Coroadinho e adjacências.

Em 1972, Mestre Felipe e conterrâneos se reuniam na porta de casa para brincar Tambor de Crioula, ocasiões em que bebidas e comidas eram servidas por intermédio da doação daqueles que chegavam para brincar junto. Assim surgiu o título de Tambor de Porta de Rua.

Um ano depois, em maio de 1973, Mestre Felipe sentiu segurança em realizar uma Festa de Tambor noite toda, tal qual sua memória clamava, quando lembrava dos saudosos momentos no povoado Tabocas junto de sua avó Dona Inésia, a matriarca da famosa Turma de Tambor de Nhá Inésia.

Essa marca histórica foi a escolhida por Mestre Felipe para considerar a fundação de seu grupo ou como ele mesmo preferia denominar, baseado em sua história familiar, a Turma de Mestre Felipe, batizada de Tambor de Crioula União de São Benedito, atualmente considerado pessoa jurídica.

Mestre Felipe faleceu em julho de 2008 em São Luís. Seus ensinamentos e o legado do tambor de crioula criado por ele continuam vivos, passando de geração a geração.

Perfil

Marco Aurelio Haikel tornou-se discípulo de Mestre Felipe, em 1994, e, desde então se mantém coreiro da Turma de Felipe.

Participou de todos os trabalhos fonográficos da Turma do Mestre Felipe e, junto com Aziz Junior e Sergio Costa produziu e realizou um audiovisual sobre a trajetória de vida e artística, do Mestre - ainda inédito - Felipe, o qual serviu de base para a feitura, do livro "Mestre Felipe Por Ele Mesmo", obra que com Sergio, este é autor, e Marco, co-autor.

Marco Aurelio tem sua inserção no meio artístico, no Laborarte, em 1985, quando se tornou discípulo do Mestre Patinho, na Capoeira Angola, onde mais tarde viria a ser graduado mestre por Patinho.

Uma vez no Laborarte e na Capoeira, logo depois, em 1986 passou a fazer parte do "Cacuriá de Dona Teté".

Em paralelo à Capoeira e ao Cacuriá passou a compor o corpo de baile do "Cazumbá-Balé Popular do Maranhão", em 1988.

Em 1991, se tornou Educador de Meninas e Meninos de Rua, do Projeto Axé, em Salvador/BA.

Em 1998 funda o Centro de Capoeira Angola Matroá, cuja sede se situa na Praia Grande, e nessa senda vem participando e contribuindo para a Cultura Popular Maranhense e, a Brasileira.

Marco Aurelio Haikel é advogado popular, formado na UFMA, em 1987.

Saiba quem disputa as eleições em São Luís.

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