Ponto Final

Prefeito Fábio Gentil faz balanço da pandemia em Caxias

Em entrevista no Ponto Final, prefeito destacou medidas adotadas.

Rádio Mirante AM

Atualizada em 27/03/2022 às 10h59
(Fábio Gentil)

O prefeito de Caxias, Fábio Gentil foi o entrevistado desta segunda-feira (13), no Ponto Final, na Rádio Mirante AM. Por conta da pandemia do novo coronavírus, o prefeito estava no estúdio, enquanto que o apresentador Jorge Aragão estava em casa. Gentil agradeceu a solidariedade pela morte do seu pai, o deputado estadual Zé Gentil, vítima da Covid-19.

"Agradecer pelas suas palavras em relação ao meu pai deputado Zé Gentil, em que aconteceu esse trágico, não deixa de ter sido um acidente de percurso. E ter tirado aquela pessoa que mais me direcionava nesse mundo que eu sigo, esse mundo político, um bom direcionamento. Vai deixar um bom legado e bons aprendizados para mim, e com certeza agora tenho uma responsabilidade duplamente ativa a minha e a dele, pelo amor que ele tinha por esse estado, seu povo, e conforme ele tratava a vida pública com serenidade e acima de tudo com respeito à população".

Fábio Gentil fez um balanço das ações de combate à Covid no município.

"Desde o início que essa pandemia chegou ao Maranhão, desde o primeiro caso, nós resolvemos tomar atitudes. Atitudes às vezes duras, que às vezes não é o melhor para um gestor público, que foi o isolamento social através do fechamento do comércio. Fechamos o comércio por 62 dias. E a gente sentiu a necessidade de que nós pudéssemos naquele momento, nesses 62 dias, fazer um estudo e um apanhado de como andava o município. Mas vale ressaltar que não só fechou o comércio, nós procuramos a de todas as formas preventivas. Nós adquirimos para Caxias aqueles carros com bicos satonizadores, foram dois, que estão fazendo a desinfecção em todos os bairros, em todas as ruas de Caxias. Isso é um serviço feito diariamente, manhã, tarde e noite. Colocamos cabines de desinfecção, implantamos várias pias com higiene pessoal em vários pontos do município Caxias, nas instituições financeiras, centro comercial, Mercado Central, no mercado de bairro. Por aqui nós entendemos que através dessa higiene pessoal nós poderemos, com certeza, também contribuir para que as pessoas entendam a gravidade do que é esse problema dessa pandemia e faça sua parte. Fizemos também a aquisição de 30 máquinas de costura para o município e começamos a confeccionar. Já confeccionamos mais de 500 mil máscara, onde o município pode doar a máscaras para cada um da população caxiense, até mais, uma ou duas máscaras. Colocamos a obrigatoriedade do uso da máscara, isso fez com que o município Caxias seja um dos municípios acima de 100 mil habitantes com o menor número de contaminados no estado do Maranhão e com o menor número de óbitos. Todas as ações de prevenção contribuiu muito para que o povo entendesse isso. E o bom relacionamento entre gestão pública municipal, prefeitura de Caxias e a população fez com que esse entendimento proliferar do lado bom. É bem verdade que a contaminação não depende do gestor público, a gente direciona. É necessário que o povo entenda a sua responsabilidade e divida com o poder público, de que se não evitar aglomerações, se não tiver um ambiente fechado, se não contribuir fazendo a sua parte com o uso dos EPIs e fazendo todo esse processo com certeza irá acontecer o que aconteceu em muitos municípios, que é a contaminação comunitária. Aí não deixa de ter acontecido em Caxias também", disse.

Fábio Gentil disse que após a reabertura do comércio os casos aumentaram em Caxias, por isso foi necessário adotar novas medidas de isolamento.

"A gente sabia que isso iria acontecer com a abertura do comércio. Reabriu o comércio. Saímos de 450 casos para 2 mil casos em menos de um mês. A fase de 25 a 26 dias. Com o estudo do que aconteceu durante o último mês que foi o mês de junho, contratamos um infectologista no município Caxias. Conseguimos através do infectologista o relatório e neste relatório há uma indicação de que o município possa continuar através do isolamento social, porque na verdade, esse é o único caminho, é o isolamento, para que se possa fazer essa prevenção. Para que possa evitar com que novas famílias sejam contaminadas. E aí a contaminação prejudica e muito, porque muitas vezes o óbito. A doença tem várias fases, a primeira é a contaminação, depois é a fase de tratamento que a internação e a última quando a pessoa se utiliza de ventilação mecânica. Para isso o município Caxias conseguiu, ainda, credenciar junto ao governo federal, mais 20 leitos de UTI. Então nós temos um total de 42 leitos de UTI e mais 60 leitos enfermaria", explicou.

Segundo Fábio Gentil, mesmo recebendo pacientes de cerca de 40 cidades, além de Caxias, a situação de leitos ainda é razoável no município.

"Qual o maior problema que o município de Caxias enfrenta hoje? É que ele abrange não somente a sua cidade, mas ele abrange mais de 40 cidades no seu entorno. Todas as cidades, que muitas delas não tem leito de UTI, não tem um centro de referência ou tratamento da Covid-19, então todos são absorvido pelo município de Caxias. Só começamos com esse modelo de absorver toda essa questão da saúde pública, o município de Caxias cresceu esses casos, como disse anteriormente, chegamos a 2 mil nós temos 2.100 casos. Mas vale ressaltar que de 2.100 nós já temos 1800 recuperados, uma taxa de recuperação muito grande, tem que agir de forma preventiva. Todas as nossas UBS do município Caxias, da zona urbana e da zona rural, todas, sem exceção, tem o kit de medicação. Sentiu sintomas, independentemente do resultado do exame, o município começa atuar. Que nós acreditamos que quando você atua de forma precoce, você consegue conduzir, para que as pessoas não venham a ter a necessidade de internação hospitalar. Então hoje, nossos leitos não estão todos ocupados. Graças a Deus temos vagância de leitos, tanto em UTI como enfermaria, porque a gente tá agindo dessa forma precoce, dessa forma de conscientização e de valorização da população caxiense", disse.

Fábio Gentil disse que as medidas são difíceis para os políticos, mas a vida é algo inegociável.

"Não é fácil até porque todo político pensa em só fazer sua imagem de política, sua imagem pública. Eu ter um pensamento mais diversificado um, pensamento mais abrangente. Eu sempre digo que tudo você negocia, você negocia o começa comércio, você consegue conversar, você quando consegue encontrar políticas públicas que valorizem, que respeite o comércio para futuro para conseguir dar estabilidade. O que eu não vou negociar, o que eu não vou sentar numa mesa para decidir é desrespeito com a vida. A vida para mim é inegociável, custe o que custar, doa onde doer. Depois do que eu passei com a perda do meu pai, a gente só sente isso, quando a gente passa de perto. E eu passei dentro da minha casa, sem poder fazer quase nada, só nas minhas orações, pedindo a Deus que recuperasse o meu pai. E assim, por tudo que eu passei, a gente começa a perceber muito mais de perto, o quanto uma vida realmente tem valor, e eu não vou sentar na mesa para discutir. Eu vou buscar todos os caminhos para que nós possamos valorizar a vida. Para nós possamos ter o menor número de óbitos possíveis, porque a gente sabe que é uma doença totalmente desconhecida, silenciosa, mas devastadora, porque ela não leva somente um na família, ela acabou com a família como um todo. Eu estou conseguindo me levantar agora. Depois de amanhã fará um mês que perdi meu pai e não é fácil. Não é fácil trabalhar com tudo isso. Mas eu tenho que pensava dessa forma, no estilo do Mandetta", contou.

Fábio Gentil se mostrou preocupado com as aglomerações provocadas por conta do período eleitoral.

"Se nós discutimos tanto, a gente brigou pelo fechamento do comércio, se você evita aglomerações, como é que eu vou participar de um processo eleitoral? Como é que você vai fazer uma campanha eleitoral? Um município como Caxias que você tem acima de 800 povoados na zona rural,como é que você vai divulgar o nome e divulgar a proposta, se você não tem aglomerações,se a televisão, se o rádio não chega a essa comunidade. É necessário que você possa no mínimo ter a equipe lá dentro divulgando tudo isso. Então você coloca em jogo a democracia, o direito de que todos possam ter naquela pessoa o seu reflexo do que faria como gestão pública municipal. E aí, claro que nós fizemos um bom trabalho em Caxias. O momento político não me preocupa. Eu sempre digo que o momento é de se você discutir medidas públicas para valorizar a vida, para tentar evitar que essa pandemia continue se proliferando e que casos continuem se ampliando, mas eu entendo que, se há como foi decidido, de fazer as eleições, é um risco muito grande, porque eu vou continuar afirmando, se eu estou pedindo para não ter aglomerações, as próprias filas da eleição do dia da votação será uma aglomeração, e aí a gente sabe que num momento como esse, principalmente as pessoas mais idosas, o risco é muito grande de vir a óbito. Então a preocupação que a gente tem muito, mas eu não posso me preocupar somente com as eleições", finalizou.

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