Justiça

CPI deixa torcidas de lado e dá voz a estudioso na 1ª reunião do ano

A próxima reunião da CPI do Futebol ocorrerá no dia 16 de março.

Gazeta Esportiva

Atualizada em 27/03/2022 às 11h34
(De Jesus/O Estado)

SÃO PAULO - No primeiro encontro da CPI das Torcidas Organizadas em 2016, não foram os torcedores das principais agremiações paulistas que compareceram à Câmara Municipal de São Paulo. Após ouvir as principais organizadas dos quatro grandes paulistas, o presidente da CPI Laércio Benko (PHS) decidiu dar voz aos especialistas para seguir analisando o processo.

Em reunião na última quarta-feira, o professor Felipe Tavares Paes Lopes, da Universidade Federal de Sorocaba, esteve presente para debater a necessidade de mudar a concepção cultural em torno do futebol e tentar explicar o porquê de 84,5% das pessoas, segundo empresa especializada no mercado do esporte, relacionarem torcidas organizadas à violência.

“O Brasil, historicamente, aposta na repressão e isso não resolve. É necessário reorganizar e prevenir todo o evento esportivo por meio de medidas sociopedagógicas”, determinou o estudioso, que citou, como exemplo, políticas públicas que solucionaram problemáticas na Alemanha e na Inglaterra.

“A Alemanha tem um projeto que aposta na questão da educação e na mediação de conflitos com educadores e assistentes sociais. Vi um exemplo em que um torcedor estava sem emprego e uma das profissionais do projeto o ajudou. Na Inglaterra, só resolveram a situação quando mudaram a postura repressiva”, contou.

No entanto, não deve vir da academia a busca por soluções. “A CBF deve participar desse processo de transformação porque os organizadores têm uma participação nisso tudo. Fazer a prevenção significa basicamente transformar culturalmente e isso é possível a partir do investimento na educação”, declarou.

A próxima reunião da CPI do Futebol acontecerá no dia 16 de março, uma quarta-feira, pela manhã. De acordo com a assessoria do presidente Laércio Benko, que toma frente da questão ao lado do vereador Conte Lopes – ex-policial da Rota e completamente avesso à presença das organizadas -, ainda não foi definido o tema nem o convidado para compor a discussão.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.