SÃO PAULO - A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não demorou para se pronunciar oficialmente sobre o protesto da tarde desta terça-feira (15), que contou com o apoio de diversas personalidades do esporte. Usando o secretário-geral Walter Feldman como porta-voz, a entidade garantiu colaborar com o diálogo e rechaçou a renúncia do atual presidente.
Remontando aos tempos da Ditadura Militar para reforçar a luta por direitos civis no Brasil, entre eles, o da liberdade de expressão em qualquer manifestação, Feldman encarou a movimentação popular com bons olhos, mas preferiu ter um tempo a mais para comentar as demandas expressas no manifesto.
“Para nós não há problema. Havia a expectativa que os manifestantes entregassem algum documento, e eles seriam recebidos aqui para apresentarem tais demandas. Estamos sabendo agora e vamos analisar para dar uma resposta. Tudo vem sendo e no momento oportuno será implantado. Qualquer manifestação no Brasil deve ser vista como desejo de mudança”, declarou.
Revelando que a entidade já teve diversas reuniões com o Bom Senso FC, organização dos jogadores, Walter Feldman reiterou que a CBF está aberta ao diálogo. O secretário fez uso de um tom político ao falar sobre as questões democráticas na entidade e aproveitou a mudança estatutária para justificar os preceitos éticos da instituição.
“Deve haver em qualquer instituição a alternância democrática. Na última assembleia que houve aqui, a posição da maioria foi por uma mudança no estatuto. Hoje só é possível uma eleição e uma reeleição exatamente para que essa alternância aconteça. Temos muita segurança em relação aquilo que vem sendo feito”, admitiu.
Nesta quarta-feira (16), dia em que deverá acontecer a eleição para o cargo de vice-presidente da CBF, ao qual José Maria Marin se licenciou recentemente ao ver seu nome comprometido pelas investigações da Justiça norte-americana, o presidente Marco Polo Del Nero fará seu primeiro depoimento na CPI do Futebol, no Senado Federal.
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