Distribuição de remédios é irregular em Caxias

Usuários da saúde pública alegam que processo de obtenção deveria ser ágil.

Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 14h09

CAXIAS - Caxias - Acesso à medicação gratuita, distribuída nos postos de saúde, é algo garantido por lei. Mas em Caxias a distribuição nem sempre é realizada com regularidade. A lavradora Helena dos Santos acredita que isso acontece porque a maioria dos que procuram o medicamento são pessoas de baixa renda.

“Todos queremos aquela ajuda, porque no interior tudo é mais difícil, principalmente encontrar remédio. Todo mundo precisa dessa ajuda, mas nem sempre ela vem”, explicou a lavradora.

Os postos distribuem, geralmente, medicamentos mais simples como polivitamínicos, os indicados contra verminoses, micoses e os mais procurados que são os contra diabetes e hipertensão. Apesar disso, muitos dizem enfrentar problemas na hora de consegui-los.

A aposentada Maria de Lourdes Dias da Silva é hipertensa. Ela reside no Bairro Nova Caxias onde há um posto de saúde. Não nega que recebe o remédio gratuitamente e até agradece por isso, mas, às vezes, ela afirma que é preciso esperar até 15 dias para ter acesso à medicação.

“Às vezes demora uns 15 dias e nesse tempo tomo chá. Eu tomo um chazinho para ir abrandando. Devia não ser assim. Quando a gente procura o posto de saúde é porque está precisando de verdade. Hoje é muito difícil ser aposentado e ainda gastar com remédio”, reclamou a aposentada.

RECLAMAÇÃO

A dona-de-casa Maria Francisca da Conceição Silva estava com a filha Érica Silva, de 1 ano, doente. A criança estava com febre alta e a mãe, que voltava do posto de saúde, estava revoltada. A primeira dificuldade enfrentada foi conseguir consulta.

“Disseram que só atendiam se eu fosse do bairro. Disse que morava no bairro e disseram que não podiam atender porque já tinha muita gente na minha frente. Eu disse que minha filha estava com três dias que não comia, só chorava. Depois desse apelo fui atendida”, denunciou Maria Francisca.

Ela disse que foi a primeira vez que conseguiu medicamento. Na maioria das vezes, volta pra casa sem remédio. “Eles dizem que não têm, mas muitas pessoas levam remédio. Acho que é gente lá de dentro mesmo que leva e não sobra para os outros”, reclamou a dona-de-casa.

SEM OPÇÃO

Quem não consegue o remédio de graça fica com duas alternativas: comprar ou continuar doente. Na opinião da moradora do bairro Nova Caxias, Francisca da Cunha Miranda, nenhuma dessas opções beneficia quem de fato necessita e, de certa forma, há até a privação de um direito básico: o acesso à saúde pública.

Assunção dos Santos, responsável pela farmácia do posto de saúde do Bairro Nova Caxias, admitiu que às vezes falta medicamento, mas isso não acontece por mais de três dias consecutivos. Falta somente enquanto o estoque é reabastecido. Ela informou ainda que a dificuldade no atendimento da criança de 1 ano citada nesta reportagem é inconcebível, pois crianças e idosos sempre têm prioridade no posto.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.