BRASÍLIA - A defesa do publicitário João Santana e de sua mulher, Mônica Moura, pediu nesta quinta-feira (25) ao juiz federal Sérgio Moro a revogação de prisão decretada na 23ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na última segunda-feira (22). Eles estão presos na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
Na petição, o advogado Fábio Tofic afirma que não há mais motivos para que o casal continue preso, sendo que eles admitiram, em depoimento à Polícia Federal, que receberam recursos lícitos em contas não declaradas no exterior, “admitiram erros” e autorizaram o acesso às suas movimentações bancárias.
“São empresários de renome do marketing político brasileiro e internacional, e, se cometeram algum pecado, foi o de receber recursos lícitos, fruto de trabalho honesto, em conta não declarada no exterior, crime que, nem mesmo neste egrégio juízo, costuma sujeitar o réu ao cumprimento de prisão antecipada”, diz a defesa.
Depoimento à PF
No depoimento prestado à PF, o publicitário declarou que não recebeu valores no exterior sobre serviços prestados para campanhas eleitorais no Brasil e que não tem relacionamento com a empreiteira Odebrecht.
Santana disse que é o controlador da conta da empresa offshore Shellbill, na Suíça, investigada pela Lava Jato. Segundo ele, a conta foi aberta entre 1998 e 1999, por meio de um representante no Uruguai, para receber cerca de U$S 70 mil pelos serviços prestados na Argentina. O publicitário disse que tinha interesse em legalizar a conta, mas “sempre houve dúvidas em relação a qual país devesse fazê-lo.”
João Santana também declarou que a conta passou a receber mais recursos em 2011 e 2012, quando ele trabalhou em campanhas presidenciais no exterior.
“Se recorda de que a campanha em Angola teve custo de U$S 50 milhões, não se recordando dos valores das campanhas da República Dominicana e Venezuela. Não sabe esclarecer a origem dos valores que ingressam na conta bancária da Shellbill”, diz trecho de depoimento.
Os investigadores da operação suspeitam que Santana e sua mulher receberam US$ 7,5 milhões em uma conta na Suíça que seria controlada pela Odebrecht.
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