BRASÍLIA - O ministro da Cultura, Juca Ferreira, classificou de "hipocrisia" a venda de meia-entrada em espetáculos culturais, uma vez que, a rigor, o benefício tem o preço de uma inteira no país. A afirmação foi feita em audiência pública sobre o tema promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), na manhã desta quarta-feira (1º).
Juca Ferreira disse que esse problema remonta há mais de uma década e que o Brasil está entre os países que cobram os ingressos mais caros do mundo. Ele manifestou seu desejo de que se chegue a um consenso. A regulamentação dessa cobrança está na lei 12.933/13, e seu debate na CDH se ampara nas mudanças em estudo no Ministério da Cultura e nas discussões sobre a participação dos idosos nesse benefício.
O ministro afirmou ser favorável à meia-entrada para estudantes e aposentados, por considerar esse um direito que propicia a inclusão social, mas invocou a máxima econômica segundo a qual “não existe jantar de graça”.
— A média de presença de público com meia-entrada é em torno de 80%. Se tem essa possibilidade de 80%, é obvio que não existe meia-entrada, porque o custo é de uma inteira. E quem paga isso? Alguém acredita que um empresário monte um cinema para ter prejuízo? Ele tem que ter uma margem de lucro. Ele vai ter que pagar todos os custos e ter uma pequena parcela de lucro. A meia-entrada na real é uma inteira. E a inteira é estratosférica. Vamos encontrar uma saída porque, se a meia custa o preço da inteira, isso é uma hipocrisia, é uma falsificação — disse o ministro.
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