Acesso à cultura

Biblioteca Nacional e Instituto Moreira Salle lançam portal de fotos antigas

O Portal conta com mais 2,3 mil imagens, incluindo fotos da família imperial.

Isabela Vieira/Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h44
(Foto: Reprodução/Internet)

RIO DE JANEIRO - Passear por paisagens do Brasil no século 19 – em especial as do Rio de Janeiro – e observar, em detalhes, fotografias do acervo do Instituto Moreira Salles e da Biblioteca Nacional já é possível sem sair de casa. O Portal Brasiliana Fotográfica, lançado hoje (17), com 2,3 mil imagens, retrata um momento do país sob a ótica e foco de Marc Ferrez, grande nome da fotografia na época, Augusto Stahl e Revert Henry Klumb, que foi professor das princesas Isabel e Leopoldina e fotografou a intimidade da família imperial.

O novo portal permite que o internauta escolha as formas de busca e propõe galerias, com base em datas, autor, assunto, local e informações sobre o período. Também é possível ampliar as fotos e captar detalhes das imagens selecionadas, pois os arquivos foram digitalizados em alta resolução. A pessoa pode ainda pesquisar nas sessões Retratos, Reprodução Fotomecânica e Cenas de Rua.

“Temos que dar instrumentos para que a pessoa amplie e navegue dentro da imagem, sem que haja perda de qualidade, para que as pessoas possam gastar tempo com a fotografia, como se estivessem lendo um livro”, disse o presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Renato Lessa. Ele destacou que todo o material traz elementos para a compreensão da dinâmica social do país naquele período.

Em homenagem aos 450 anos Rio de Janeiro, o acervo do portal disponibiliza registros urbanos, de ruas, praças e palácios da então capital federal, onde Marc Ferrez produziu grande parte de sua obra, posteriormente ao lado dos filhos, inspirado pela paisagem de uma cidade em ascensão, em meio à natureza. As fotos de Ferrez permitem, hoje, o exame de elementos que não existem mais.

De outras regiões do país, o Portal Brasiliana, reúne imagens de São Paulo, feitas por Militão Augusto de Azevedo, e do Recife, de autoria de Francisco du Bocage. Registros fotográficos da capital do Pará, Belém, também fazem parte do acervo. São fotos que revelam hábitos urbanos, retratos da sociedade, incluindo indígenas e moradores do campo. Tudo sob curadoria de Joaquim Marçal e Sergio Burgi.

“Além dos nomes importantes da história da fotografia, estamos trabalhando aspectos da fotografia anônima, vernacular, enfim, daquela fotografia que foi feita pela sociedade. Isso é parte dos nossos acervos que estamos disponibilizando”, explicou Burgi, do Instituto Moreira Salles. Segundo ele, o projeto reúne inicialmente mais de 100 fotógrafos, entre os anos de 1840 até cerca de 1930.

Entre os destaques, além de imagens de coleção da família imperial, registrada como patrimônio pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a coleção dispõe de fotos raras, como retratos médicos, feitos provavelmente por médico ortopedista, e registros da seca de 1878 no Ceará, feitos pelo jornalista e mais tarde abolicionista José do Patrocínio.

O portal também traz links com orientações técnicas sobre a preservação de fotos digitais voltada para a produção contemporânea, que ainda não integram o acervo montado pelas instituições.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.