Luiz Inácio Lula da Silva deve começar a dialogar com os partidos que não o apoiaram na campanha daqui a uma semana. “O presidente eleito pretende visitar outros partidos, que não fazem parte deste grupo que o apoiou na sua candidatura, ele vai procurar todos os partidos brasileiros”, disse André Singer.
“As conversas devem acontecer em torno da semana que vem, mas não existe uma agenda. É um compromisso do presidente eleito de governar por meio do diálogo.”
Ao posar para fotógrafos ao lado dos dirigentes dos partidos aliados, Lula foi questionado por um repórter se pretendia trazer mais legendas para sua base de apoio. “O necessário”, respondeu. O deputado Medeiros acredita que o PL deve se transformar “na estaca de Lula no Congresso”, nos “tempos bons e ruins”, mas que o presidente eleito deve, a partir de agora, ampliar seu leque de alianças. “A negociação com o PMDB é necessária e essa engenharia está sendo feita por José Dirceu”, afirmou o deputado. “Lula tem de pensar na governabilidade, porque todos saem ganhando.”
TRANSIÇÃO - Durante a reunião, o coordenador do processo de transição do presidente eleito, Antônio Palocci, tentou deixar claro para os presentes que a equipe que iniciou os trabalhos em Brasília é “técnica”, portanto não deve haver influência política sobre ela. “Lula e Palocci separaram bem a formação política do governo da equipe de transição”, disse o presidente do PC do B, Renato Rabelo. O conselho político deve se reunir novamente na próxima sexta-feira.
O governador Ronaldo Lessa, que representou o PSB na reunião do conselho político de ontem, defendeu a renegociação da dívida dos Estados ainda em 2003, mas ressaltou que esse tempo tem de ser definido por Lula. “A dívida deve ser revista tendo toda a cautela e sabendo que Lula vai precisar de tempo para renegociá-la”, disse o governador de Alagoas.
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