Enem

MEC estuda aplicar duas versões de prova no Enem

Duplo conteúdo faz parte da nova estratégia de segurança. MEC nega a informação.

Robson Bonin / G1

Atualizada em 27/03/2022 às 13h07

BRASÍLIA - Para diminuir a possibilidade de fraudes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Ministério da Educação (MEC) estuda aplicar duas versões de prova aos mais de 4 milhões de estudantes que participarão do exame nos dias 5 e 6 de dezembro. O G1 apurou que essa estratégia foi discutida em uma reunião na sede do MEC na manhã desta terça-feira (20). A reunião prossegue nesta tarde.

Após a publicação desta reportagem o MEC desmentiu oficialmente a informação em e-mail enviado à redação. "O Ministério da Educação esclarece que a informação (....) é totalmente improcedente. Não houve a reunião anunciada. Nem há qualquer conjectura para tal procedimento. As provas já estão sendo impressas na gráfica, acompanhadas por funcionários do Inep, desde domingo passado." O G1 confirmou com duas fontes que a elaboração de duas provas foi discutida na reunião, uma no Inep e outra no próprio MEC.

Parte das provas que serão utilizadas no Enem já estão em processo de impressão na gráfica contratada pelo MEC. São os lotes destinados a candidatos especiais, como deficientes visuais que precisarão de provas em braile e presidiários.

De acordo com o plano em discussão, uma parcela dos candidatos responderia a um modelo do teste, enquanto a segunda versão de conteúdos seria aplicada ao outro grupo de estudantes.

A forma como poderão ser distribuídas pelo país as duas versões do Enem ainda é mantida em sigilo pelo MEC. A opção por adotar dois testes faz parte da nova estratégia de segurança pensada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).

Nos exames anteriores, o ministério aplicava apenas um modelo de prova com 63 questões. Para evitar a “cola” entre os candidatos, as questões eram ordenadas de quatro maneiras diferentes no caderno de prova. Se for implementada a mudança em estudo, será a primeira vez que o Enem terá dois modelos completamente diferentes de conteúdo.

O Enem 2009, com 180 questões, será aplicado no primeiro final de semana de dezembro. No sábado, será aplicada a Prova I, com Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias. No domingo, será aplicada a Prova II, com Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, mais a Redação, e Matemática e suas Tecnologias.

No dia 5 de dezembro, sábado, o Enem será aplicado das 13h às 17h30, com 4h30 de duração. No dia 6 de dezembro, domingo, haverá uma hora a mais para a aplicação, pois neste dia será feita a redação. O horário de domingo será de 13h às 18h30. O horário considerado é o horário oficial de Brasília.

Todos os participantes receberão, no endereço apresentado na inscrição, um novo comprovante de inscrição com o local de prova. O Inep enviará, também, para aqueles participantes que informaram seus números de celular, torpedos com informação do novo local de prova.

Impressão da prova

A impressão da nova prova vai custar R$ 31, 9 milhões ao MEC. O contrato celebrado pelo Inep com a gráfica “RR Donnelly Moore” foi publicado no dia 14 deste mês no “Diário Oficial da União”.

Além da impressão das provas, a gráfica será responsável pelo manuseio, embalagem, rotulagem e entrega dos cadernos de provas do Enem aos Correios.

A contratação da nova gráfica não apresentou detalhes sobre possíveis procedimentos de segurança que terão de ser adotados pela empresa para evitar que um novo vazamento, como o ocorrido no dia 1º de outubro, volte a acontecer. A notícia de quebra do sigilo do exame fez com que o MEC cancelasse a prova.

O MEC, em parceria com a Polícia Federal, a Força Nacional de Segurança e os Correios, trabalha para elaborar uma nova estratégia de segurança para evitar outro boicote ao Enem. Esse planejamento é mantido em sigilo para evitar o comprometimento das operações.

Matéria atualizada às 19h25.

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