SÃO LUÍS - Recentemente, surgiram alguns boatos sobre a possível correlação do câncer de tireóide com o exame de mamografia. Em um vídeo que circula nas redes sociais, uma mulher afirma que, segundo o oncologista Dr. Drauzio Varella, os casos de câncer de tireóide em mulheres havia aumentado devido a realização do exame de mamografia.
A notícia viralizou durante o Outubro Rosa, mês de conscientização sobre o diagnóstico precoce do câncer de mama. Devido ao grande compartilhamento da informação falsa, o médico postou um vídeo em sua página no Facebook desmentindo o boato.
De acordo com a Dr.ª Lorena Testi, médica do serviço de radiologia, esse tipo de informação prejudica o atendimento das mulheres.
" Isso nos entristece pela grande proporção que tomou, interferindo na decisão de algumas pacientes. Entretanto, cientificamente, não existe nada que comprove esta relação, pois a dose de radiação que a tireóide recebe durante o exame de mamografia é extremamente baixa, menor que 1%, estando dentro dos parâmetros permitidos. Então, digo às nossas pacientes que fiquem tranquilas, pois nem tudo que está na mídia tem comprovação e embasamento científico.", explica.
Uso do protetor durante a mamografia
Glaucia Mesquita Cordeiro, mastologista, afirma que o Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR), a Sociedade Brasileira de Mastologia e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) não recomendam o uso de protetor de tireóide durante os exames de mamografia.
"O uso do protetor de tireóide pode atrapalhar o posicionamento durante a mamografia fazendo sobreposição de imagens e isso pode dificultar a imagem correta da própria mamografia. Nós temos algumas notas oficiais das sociedades nacionais e internacionais, no caso a Agência Internacional de Energia Atômica, que diz que na mamografia moderna a exposição para outros locais da mama é completamente insignificante e que a utilização desses protetores seria só em caráter psicológico", destaca.
Em nota, o Colégio Brasileiro de Radiologia afirma que:
Não existem dados consistentes que demonstrem que uma mulher submetida a mamografia tenha aumento do risco de câncer de tireóide;
A dose de radiação para a tireóide durante uma mamografia é extremamente baixa (menor que 1% da dose recebida pela mama). Isto é equivalente a 30 minutos de exposição à radiação recebida a partir de fontes naturais;
Com base nesses dados, o risco de indução de câncer de tireóide após uma mamografia é insignificante (menos de 1 caso a cada 17 milhões de mulheres que realizarem mamografia anual entre 40 e 80 anos);
Além disso, o protetor de tireóide pode interferir no posicionamento da mama e gerar sobreposição – fatores que podem reduzir a qualidade da imagem, interferir no diagnóstico e levar à necessidade de repetições de exames.
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