Sandy e Júnior são hostilizados no Prêmio Multishow

Globo Online

Atualizada em 27/03/2022 às 14h42

RIO - Sandy e Júnior cometeram um pecado mortal: são ídolos de massa a bordo de uma música comercial que a elite intelectual e a patrulha do bom gosto consideram execrável. Eles estrearam na carreira artística praticamente logo após desmamarem, o que faz deles, aos 20 e poucos anos, artistas com muita experiência nas costas. E que exercem o direito inalienável de desejar outros rumos na carreira, agora que entram na vida adulta.

Estas tentativas vêm recebendo um tiroteio cerrado das patrulhas. Pessoalmente já vi Júnior Lima ser vaiado duas vezes por tocar, e muito bem, guitarra e bateria no Circo Voador e ao receber o prêmio de melhor instrumentista no Prêmio Multishow. Neste último caso, ele foi recebido por uma sonora vaia no palco e logo outra parte da platéia felizmente bateu palmas bem alto para abafar os patrulheiros. No palco, Junior mostrou que está preparado para estas reações, pedindo que deixassem que ele terminasse e depois se manifestassem como quisessem.

No Circo Voador, há dois meses, ele fez uma participação exemplar no show de Lenine, tocando guitarra com impecável pegada roqueira e, no final, destruiu na bateria. Nem diante desta demonstração de competência foi poupado das vaias. Assisti ao último show da dupla no encerramento da temporada aqui no Rio em dezembro do ano passado. Vi um show de grande competência, com um set exclusivo de Junior no meio tocando rock, funk e soul, suas preferências na nova fase e que motivaram a criação de uma banda chamada Soul Funk.

No show ficava claro o rompimento dele com o repertório tradicional da dupla. Sandy também se mostrou desenvolta ao cantar um rock do Evanescence, "Bring me to life", além de vir incursionando por outras áreas da música em shows solo. Os irmãos não conseguiram desatar ainda os laços com o passado. Um pouco de coragem para a ruptura seria desejável, com os dois se jogando por inteiro na busca dos novos rumos. Jovens, bonitos e milionários, eles têm o privilégio de poder fazer o que quiserem, basta renunciar às adulações do ego, o que é um segundo obstáculo, além das patrulhas.

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