Maranhão

Nove mil focos de queimadas registrados no Maranhão

Segundo dados do Inpe, o Estado tem o quinto maior índice de incêndio do país.

Wilson Lima/ O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h49

SÃO LUÍS - Nove mil e oito focos de incêndio foram registrados em todo o Maranhão somente nos 23 primeiros dias deste mês. O Estado detém o quinto maior índice de incêndio do Brasil. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Em média, isso significa a ocorrência de 391 focos de incêndio por dia ou um a cada três minutos e meio em todo o Estado. Além do Maranhão, as unidades da Federação com o maior índice de incêndio neste mês foram: Pará, Mato Grosso, Rondônia e Tocantins.

No Pará, do dia 1° de janeiro até segunda-feira (23), ocorreram 49,5 mil focos de incêndio; em Mato Grosso, 43,9 mil; em Tocantins, 21,5 mil; e em Rondônia, 11,1 mil. No Maranhão, apenas no dia 23 deste mês, ocorreram 499 casos de incêndio em todo o Estado.

No Brasil, já foram registrados 180 mil focos de incêndio este mês. Os Estados com os menores focos de incêndio são Alagoas, Sergipe e Amapá.

Causas

Segundo pessoas que trabalham no combate a esses focos de incêndio, eles normalmente ocorrem por motivos simples, como o cidadão que lança uma ponta de cigarro na vegetação ou em função das altas temperaturas.

Curto-circuitos nas redes de transmissão também motivam essas ocorrências. A vegetação seca e o vento atrapalham as equipes responsáveis pelos combates aos incêndios em todo o país.

Na semana passada, O Estado detectou três grandes pontos de incêndio, todos à noite e em áreas diferentes da BR-135.

Nas proximidades da cidade de Miranda, distante cerca de 120 km de São Luís, na quarta-feira à noite, ocorreu um grande foco de incêndio próximo a residências. Não havia equipes de combate e o fogo se dissipava para a rodovia.

Um dia depois, nas proximidades da cidade de Alto Alegre do Maranhão, os focos de incêndio atingiram árvores e algumas chamas chegaram à altura de 5 metros. A fumaça densa invadiu a pista, assim como algumas fagulhas de fogo. Os motoristas eram obrigados a diminuir a velocidade ou mesmo a avançar para a faixa contrária para evitar de serem atingidos pelo fogo.

Sufoco

José Francisco de Sousa, integrante da brigada de combate a incêndio que trabalha na BR-135, tentava desesperadamente debelar o fogo. Com apenas um pequeno equipamento de jato de água, ele disse que os incêndios na região são normais e iniciam-se no começo da noite.

Nesse caso específico, ele tentava, sem sucesso, combater o fogo durante um período de três horas. “O mais revoltante é que isso tudo acontece simplesmente porque um motorista qualquer lança uma ponta de cigarro ou algo parecido na vegetação”, declarou Sousa.

Com base nos dados de apenas um satélite do Inpe, o número de focos de incêndio em todo o Maranhão aumentou 107% do dia 1° de janeiro até o dia 23 deste mês em comparação ao mesmo período do ano passado.

Pelo relatório do instituto, já foram registradas, desde o início do ano, 1.809 pontos de incêndio no Estado, contra 873 em igual período apenas pelos dados de um satélite.

Apesar do aumento substancial do número de queimadas esse ano, em 2007 foi o período em que houve o maior registro de incêndio por satélite. Naquele ano, do dia 1° de janeiro a 23 de agosto, já haviam sido registrados 4.534 focos de incêndio.

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