Bacabeira

Refinaria leva otimismo à classe empresarial do Maranhão

Empresários de vários segmentos estão confiantes com o empreendimento.

Érika Pinheiro Rosa e Ribamar Cunha/O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 13h01

SÃO LUÍS - A economia do Maranhão vive hoje sob a expectativa da Refinaria Premium I da Petrobras, investimento de US$ 20 bilhões que será instalado em Bacabeira, município distante 60 quilômetros de São Luís. O lançamento da pedra fundamental e início das obras, autorizadas pelo presidente Lula, marcaram uma nova era para o estado, de transformação, de oportunidade e de desenvolvimento. O momento está sendo comemorado não somente pela governadora Roseana Sarney, como também pelo empresariado maranhense, que vislumbra no projeto da refinaria uma revolução na economia local.

Haroldo Cavalcanti, presidente da Associação Comercial (ACM), destaca ser a refinaria uma obra estupenda, que trará grandes oportunidades para o estado. Mas diz ser fundamental que todos se unam em torno do projeto para que realmente o empreendimento beneficie as empresas locais e também a população, com emprego e renda.

Com relação às empresas locais, Cavalcanti opina que o empresariado precisa se preparar, se atualizar, para “agarrar” as oportunidades que serão geradas pela refinaria. “Temos de envidar todos os esforços para o máximo de empresas maranhenses participarem do empreendimento”, observa.

Edílson Baldez, presidente da Federação das Indústrias (Fiema), assinala que a refinaria é um empreendimento grandioso que poderá, de fato, provocar uma revolução histórica no Maranhão. Mas, para isso, ele diz ser necessário planejamento, discussão e empenho do Governo, da Petrobras, das entidades de classes e sociedade civil organizada, principalmente para que o estado lucre, os maranhenses possam ser futuramente empregados, as empresas locais contratadas e os municípios possam crescer de forma ordenada. “É fundamental a união de todos em prol de um Maranhão melhor e mais desenvolvido”, defende.

Capacitados

José de Ribamar Belo (Zeca Belo), proprietário da Termac (empresa de construção pesada), diz que há uma grande expectativa por parte do empresariado maranhense em poder participar das obras de construção da refinaria Premium em Bacabeira. “Temos condições de fazer qualquer obra, pois temos pessoal capacitado e equipamentos”, garante.

A preocupação de Zeca Belo é para que não se repita na refinaria o que aconteceu com as obras da Usina Hidrelétrica de Estreito, em que uma empresa maranhense venceu uma licitação e depois foi excluída, sendo substituída por outra de fora.

João Mota Filho, presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon), diz que a refinaria da Petrobras é o investimento mais importante do século XXI para o Maranhão. Segundo ele, a população de São Luís nos próximos 15 anos deverá ser duplicada por conta desse empreendimento, já que muitas pessoas serão atraídas pelo polo industrial que se formará, o que será extremamente benéfico para o setor da construção civil.

“Graças à Refinaria Premium da Petrobras em Bacabeira o Maranhão será um dos estados mais promissores do país nos próximos anos”, analisa João Mota.

Ilson Mateus, proprietário do Grupo Mateus, afirma que a refinaria da Petrobras será a maior obra do Maranhão em todos os tempos. Segundo ele, muita gente vai se lembrar dela nos próximos 30, 40 anos. “Eu nunca tive dúvidas de que a refinaria seria construída. Sempre que conversava com o ministro Lobão e a governadora Roseana, eles me passavam essa certeza. E nós, empresários maranhenses, temos de nos preparar para a grande demanda, em todos os segmentos, que advirá decorrente desse grande empreendimento”, destaca Ilson Mateus.

Alberto Nogueira, presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Maranhão (FCDL), vislumbra no projeto da refinaria um investimento de grande porte que terá forte impacto em todos os setores da economia maranhense, especialmente o varejo. “Com a geração de emprego e renda, sem dúvida o consumo crescerá, beneficiando o setor varejista local”, acredita.

O presidente da FCDL alerta os lojistas para a necessidade de todos se prepararem, ampliando seus investimentos, contratando e qualificando pessoal para atender à grande demanda que será gerada pela refinaria.

Luiz Carlos Cantanhede, proprietário do Grupo Atlântica, vê na refinaria Premium a redenção econômica do Maranhão. “Não temos dúvida de que o Maranhão será outro a partir da instalação da refinaria, assim como ocorreu na Bahia, quando ali foi instalado um projeto dessa natureza”, compara.

Para Cantanhede, ao se instalar um projeto dessa magnitude no Maranhão, ganharão o Estado, com aumento da arrecadação; as empresas locais, com novas oportunidades de negócios; e a população em geral, por meio da geração de emprego e renda.

O empresário Antônio José Nicolau, que administra negócios no segmento de combustíveis e derivados do petróleo, pecuária, construção civil e distribuição de produtos, diz que a chegada da Refinaria Premium I refletirá diretamente no desenvolvimento do estado. “A partir de agora, o avanço econômico, social e político do Maranhão será inevitável e virá para ficar, graças ao empenho da classe dirigente que hoje administra o Estado”, afirmou.

Ele, no entanto, ressaltou que a qualificação da mão-de-obra local deve ser uma preocupação de todos. “Precisamos nos preocupar em qualificar a mão-de-obra local, para que os maranhenses tenham oportunidade de emprego, renda e melhor qualidade de vida”, opinou.

Vontade política

Roberto Albuquerque, proprietário do Grupo Dalcar, demonstra um pouco de desconfiança quanto à consolidação do projeto pelo governo federal. Ele analisa a Refinaria da Petrobras como um empreendimento que ainda depende de vontade política. Segundo o empresário, o lançamento da pedra fundamental e a previsão do início da terraplanagem para o fim de junho são sinalizações importantes, mas acrescenta que o empreendimento só se tornará realidade se o Governo Federal assim o quiser. Ele teme que, em caso de uma mudança no comando político do país, o projeto sofra falta de continuidade.

“Eu, como todo maranhense, torço para que esse investimento realmente venha para cá e ajude a desenvolver o nosso estado. O governo do Estado se empenhou e fez sua parte, no entanto, a instalação da Refinaria não depende só dele”, avalia.

Benedito Bezerra Mendes, proprietário do Grupo Agroindustrial BB Mendes, destaca a importância de um empreendimento do porte da refinaria da Petrobras para o Maranhão. “Com certeza, será um passo grande para o Estado”, ressalta, ao observar que o empresariado maranhense deverá estar preparado, principalmente para assumir a terceirização das empresas que vencerem as licitações. “Acho que trabalho não vai faltar para as empresas locais, o que me preocupa mesmo são os gargalos de infraestrutura”, ressalta.

“Hoje já existe um fluxo considerável de veículos pesados naquela área e as vias de acesso se mostram precárias, imagina quando a obra estiver no pico, com uma grande movimentação de caminhões e carretas”, observa o empresário. Em sua opinião, a duplicação da rodovia que liga São Luís a Miranda já deveria estar sendo concluída para garantir desde já o acesso fácil a Bacabeira.

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