SÃO LUÍS – Um caso bárbaro aconteceu no povoado Limão, localizado no município de São Vicente Férrer (a 85km de São Luís). Uma criança de apenas dois anos de idade deu entrada no hospital da cidade com perfurações pelo corpo causadas por agulhas. Além das perfurações, a criança ainda estava com as costelas fraturadas.

O fato aconteceu no mês de agosto deste ano, mas somente nesta sexta-feira (18), chegou ao conhecimento da imprensa por meio da juíza Denise Pedrosa, em entrevista ao programa Rádio Patrulha, da Rádio Mirante AM. Clique em áudio e ouça a entrevista completa.

O caso

De acordo com a juíza, um menino de apenas dois anos foi levado pela mãe ao hospital de São Vicente Férrer com suspeitas de fraturas nas costelas, em decorrência de uma provável queda de uma rede. Ao chegar ao hospital, os médicos resolveram tirar radiografias das costelas da criança para saber a gravidamente dos ferimentos.

No entanto, para surpresa dos médicos, eles detectaram, além da fraturas, a existência de sete agulhas dentro do corpo do menino. Foi então que o fato chegou ao conhecimento das autoridades competentes da cidade.

A juíza Denise Pedrosa disse ainda, que após a descoberta das agulhas e a constatação das fraturas, a criança foi trazida às pressas para o Hospital Municipal Djalma Marques, em São Luís. Na capital maranhense, os médicos conseguiram retirar somente duas agulhas e alguns fragmentos das outras.

- Foram retiradas duas agulhas e alguns fragmentos de outras. A equipe médica entendeu que não seria conveniente tirar, por causar maior perigo – disse a juíza.

Ainda de acordo com a juíza, o Ministério Público entrou com um pedido para tirar a guarda da criança da mãe. Além disso, o processo já foi encaminhado à polícia de São Vicente Férrer para que o caso seja investigado.

- O Ministério Público entrou com um pedido quando surgiu a criança com as sete agulhas no corpo e as costelas fraturadas. Pareceu um caso gritante de maus tratos à primeira vista. Foi substituída a guarda da mãe provisoriamente até que se descobrisse por que a criança está assim e quem fez isso com a criança. Foi encaminhado à delegacia a cópia do processo e começaram as investigações para apurar o crime em si contra a integridade física da criança – explicou Denise Pedrosa.

A magistrada disse, durante entrevista à Rádio Mirante AM, que, a princípio, este caso deve estar relacionado a maus tratos contra a criança. Denine Pedrosa não descartou a hipótese da mãe da criança ser responsabilizada pelo ocorrido.

- Como a criança é muito pequenina, sempre deve ficar com alguém. A mãe disse que quando saía para trabalhar deixava sempre com pessoas conhecidas. Então, a desconfiança pode ser por alguém de bem perto da família ou da família. Assim, a mãe pode ser responsabilizada – revelou.

Recentemente, a criança recebeu alta do hospital em São Luís e retornou para o povoado Limão, em São Vicente Férrer. No entanto, a guarda do menino está, provisoriamente, com o avô paterno e não mais com a mãe.

- A nossa preocupação é tirar a criança do risco de sofrer mais agressões. Resolvemos tirar ela do lar. Este lar não tava protegendo ela. Neste lar, ela estava sendo agredida. Então, resolvemos colocá-la, provisoriamente, sob guarda do avô paterno, no mesmo povoado – disse a juíza.

Ritual de magia

De acordo com a juíza Denise Pedrosa, consta no processo que o fato poderia estar relacionado a rituais de magia negra. A juíza contou que, segundo depoimento da mãe da criança, alguém no município queria fazer mal a ela e, por isso, usou o menino de dois anos.

- O que consta no processo, com informações da própria mãe, é que naquele povoado existiria alguém envolvido com magia negra. Então, ela desconfiava que alguém queria fazer algo contra ela e usou a criança para isso – finalizou.

Agora, a polícia de São Vicente Férrer irá investigar o caso.

Matéria publicada às 13h48 e atualizada às 14h25.

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