Morte de Fontenele

"Dia triste": Fernando Sarney lembra de luta contra a dor

Fundador da Mirante AM morreu nesta terça-feira após luta contra o câncer.

Paulo de Tarso Jr./Imirante Esporte

Atualizada em 27/03/2022 às 11h42
Herbert Fontenele morreu aos 73 anos.
Herbert Fontenele morreu aos 73 anos. (Arquivo/O Estado)

SÃO LUÍS – “Um dia triste”. Foi desta forma que o presidente do Conselho Deliberativo do Sistema Mirante, Fernando Sarney, classificou o dia 16 de junho de 2015. A morte de Herbert Fontenele foi um duro golpe para aquele que convidou pessoalmente o comentarista a criar a rádio Mirante AM em 1981. No entanto, o sonho de fundar a principal rádio do Estado foi realizado somente em 1987.

Em depoimento emocionado na manhã desta terça-feira, Fernando Sarney lembrou dos primeiros passos da Mirante AM, que teve em Fontenele a figura forte para conduzir este processo de fundação. Para o presidente do Conselho Deliberativo do Sistema Mirante, o “comentarista do povão” não é apenas o fundador da rádio, mas sim, o inspirador maior dos sonhos do Grupo Mirante.

“É um dia triste para nós todos. Quando fundamos a Mirante FM em 1981, a gente pediu ao Ministério das Comunicações que nos fosse dado também o sinal de concessão para retransmitir o sinal em rádio AM. Ainda em 1981, eu procurei o Fontenele e disse: ‘Fontenele, eu vou fazer uma AM e quero que você seja o comandante, seja o dono da AM. Convide a equipe, monte tudo. Faça tudo porque você é a cara da rádio, a cara do rádio maranhense. Eu queria que você me ajudasse nesse projeto. As coisas não aconteceram como a gente pretendia. A Mirante AM inaugurou em 87 e, durante todos esses anos, eu e Fontenele sonhávamos todos os dias com a entrada da Mirante AM no ar. Ele não é só o fundador, como nosso inspirador. A sua ida nos deixa muito tristes e certamente órfãos desta grande figura humana, desta grande pessoa que é o Fontenele”, destacou Fernando Sarney.

“Agora a gente descobre que ele tomava remédio nesses últimos tempos para ir para a transmissão, tomava escondido. Ia tomar morfina para que ele pudesse aguentar o batente".
Fernando Sarney, presidente do Conselho Deliberativo do Sistema Mirante
Luta contra a dor

Apesar da perda de um amigo, Fernando Sarney revelou grande admiração por Herbert Fontenele. E a admiração ultrapassa o caráter profissional. É uma admiração pela luta ao direito de viver e fazer o que ama diariamente.

“Admirei muito a forma como o Fontenele enfrentou a doença. Enfrentou esses seis últimos anos da sua vida com uma doença grave, um câncer já de certa forma disseminado. Ele enfrentou um tratamento duro, enfrentou com altivez, com serenidade, manteve seu trabalho. Foi um exemplo para todos nós. Vinha trabalhar com dor, com tratamento, de qualquer jeito, pensava nas suas coisas queridas, a rádio, o Sampaio, o trabalho”, disse.

Nas últimas transmissões, Fontenele já convivia com muitas dores. Mesmo assim, continuava trabalhando normalmente. “Agora a gente descobre que ele tomava remédio nesses últimos tempos para ir para a transmissão, tomava escondido. Ia tomar morfina para que ele pudesse aguentar o batente. Isso é mais heroico ainda e mais dignificante”, finalizou Fernando Sarney.

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