RIO DE JANEIRO - Desde o primeiro boato envolvendo a demissão de Cuca, Fred jamais fez questão de esconder o descontentamento. Só de entrevistas foram duas quase que implorando pela manutenção do treinador – em uma delas disse até mesmo que seria um ato de incompetência uma troca de commando. Internamente, as conversas também não foram poucas, mas com a decisão tomada pela diretoria o atacante deixou as regalias de lado e optou por conjugar apenas um verbo: acatar.

Assim como nas ocasiões em que defendeu o antigo comandante, Fred encarou os microfones nesta terça-feira, na Ilha do Governador, para passar a posição de obediência do elenco, mas não sem antes deixar claro um sentimento quase unânime:

- Não concordei. Minha opinião continua a mesma. A maioria do grupo não concorda.

Cuca foi o quinto treinador com quem o atacante trabalhou em pouco mais de um ano nas Laranjeiras (René Simões, Parreira, Vinícius Eutrópio e Renato Gaúcho foram os outros). Após quatro anos no futebol europeu, ele não deixa de estranhar a situação. Independentemente disso, tenta colocar um fim nas posições contrárias ao que é decidido pelos dirigentes e prometeu recepcionar da melhor maneira possível quem quer que seja o substituto.

E isso vale já para o interino Mário Marques, que comanda a equipe nesta quinta, contra a Portuguesa, às 21h (de Brasília), no Maracanã, pelas oitavas de final da Copa do Brasil.

- Vamos abraçar o Mário. A diretoria tomou essa decisão e vamos acatar.

Para a vaga de Cuca, Muricy Ramalho é o favorito e Joel Santana surge como plano B. O artilheiro tricolor evitou declarar sua preferência.

- São dois vencedores. Só torço para que chegue rápido.

Confira os principais trechos da entrevista coletiva de Fred:

Demissão de Cuca

Não concordei. Vocês (imprensa) acompanham minhas entrevistas. Minha opinião continua a mesma coisa. A maioria do grupo não concorda. Mas se a diretoria tomou essa decisão, temos que acatar. Vamos abraçar quem chegar. Quer dizer, vamos abraçar já o Mário até quinta. E quem quer que chegue, Muricy ou outro cara, não vai mudar nada. Vamos manter esse bom ambiente, esse grupo trabalhador. Isso vai existir sempre.

Adeus ao treinador

Conversei muito com o Cuca, ele ficou bem triste, mas me disse que futebol é resultados. É complicado. Em pouco mais de um ano eu já trabalhei com seis ou sete treinadores no Fluminense. Passamos por situações difíceis. Só peço que quem chegar tenha tempo para desenvolver o trabalho.

Relação com Cuca

O que me deixa feliz é que consegui fazer amizade no futebol. Mais uma, o que é difícil. O Cuca com certeza é um dos melhores com quem trabalhei.

Jogo contra a Portuguesa

A única preocupação é para o jogo de quinta-feira. Não tivemos tempo para trabalhar. O Mário não vai fazer mudanças, mas é mais a questão psicológica. Não podemos perder o foco. Mudaram algumas peças, só que o objetivo é o mesmo.

Pedido pela manutenção do treinador

Fizemos o que podíamos fazer. Tentamos ao máximo. Mas quero deixar claro para o torcedor que o ambiente segue de muita tranquilidade e respeito. Não há qualquer tipo de problema com a diretoria. Até porque, se existir, nós mesmos vamos resolver.

Muricy ou Joel?

Os dois são vencedores. Só torço para que chegue rápido. Se não puder, vamos dar moral para o Mário, que já foi jogador e tem experiência. Independentemente de quem chegar, vamos fechar com o treinador. No momento, existe apenas um pouquinho de ansiedade.

Condição psicológica do elenco

O grupo está bem, está focado. Ficamos chateados na hora, mas no campo mesmo já reuni a galera e conversamos. Mudaram algumas peças, mas o objetivo é o mesmo. Vamos juntar forças.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.