Justiça

Defesa pede nova perícia e julgamento de Lucas Porto é adiado em São Luís

Adiamento decorre de pedido da defesa para realização de perícia acústica no andar superior ao do apartamento onde ocorreu o crime

Evandro Júnior / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Julgamento de Lucas Porto, pelo assassinato de Mariana Costa, em crime ocorrido em 2016, no Turu, adiado (Lucas Porto)

São Luís - Marcado para ocorrer nesta quarta-feira, 24, no Fórum Desembargador Sarney Costa (Calhau), o julgamento de Lucas Porto, réu confesso do assassinato da publicitária Mariana Costa, morta em 2016, foi adiado para o dia 24 de maio. Segundo informações do advogado de acusação, Mauro Ferreira, o adiamento decorre de um pedido da defesa para a realização de uma perícia acústica no andar superior ao do apartamento onde o crime ocorreu.

“Como não haveria tempo de fazer essa perícia antes do júri, foi necessário o adiamento. Nós lamentamos esse adiamento, mais uma vez, por causa de uma manobra da defesa. O questionamento que fazemos é o seguinte: passados quatro anos dos fatos, por que a perícia não foi requerida antes?”, questionou.

De acordo com Carolina Costa, irmã da vítima, a família e os amigos de Mariana Costa acreditavam que o julgamento pudesse acontecer na data prevista. “No entanto, tivemos essa notícia. Mas estamos na expectativa para a nova data, crendo que, em breve, se fará justiça, uma vez que de mais longe já viemos”.

Para Carolina Costa, o feminicídio tem uma peculiaridade, pois 88,8% dos casos são cometidos por pessoas próximas da vítima e o número só cresce cada vez mais, no Brasil e no mundo. “Há uma resistência muito grande em aplicar a lei, pois nunca o criminoso é o homem racional para quem a lei é dirigida. É preciso avançar para que as leis sejam rigorosamente cumpridas”, frisou Carolina Costa.

Lucas Porto, após ser preso, confessou o crime, que teria sido motivado pela atração que ele sentia pela vítima, que era sua cunhada. Ele responde pelos crimes de estupro, homicídio e feminicídio. O assassinato aconteceu no dia 13 de novembro de 2016, no apartamento da vítima, no Turu.

Crime
Segundo a polícia, Mariana Costa estava dormindo em seu quarto quando foi abordada pelo acusado e teria travado uma luta corporal para se proteger do ato violento. Em seguida, sofreu uma asfixia. Ela era filha de Sarney Neto e sobrinha-neta do ex-presidente da República, José Sarney.

A família e amigos de Mariana Costa haviam programado um manifesto por justiça, que aconteceria uma hora antes do julgamento. O manifesto é endossado pelo projeto “Somos Todos Mariana”, criado em memória da publicitária e que, desde o crime, atua auxiliando no combate ao feminicídio no Maranhão e em defesa das mulheres vítimas de violência.

“Somos Todos Mariana” virou uma associação e completou dois anos, oferecendo palestras, bazar e outras atividades. Mais de 70 palestras em escolas públicas, particulares e zona rural já foram proferidas. A iniciativa também inclui ações sociais, com a ajuda de representantes de toda a rede de combate e proteção à mulher.

O sétimo caso de feminicídio no Maranhão foi registrado na última sexta-feira. Um homem de 70 anos matou sua companheira, de 57, a golpes de faca, pauladas e blocos de concreto. O crime entra para a lista dos que deixaram a população estarrecida, a exemplo do assassinato de Mariana Costa.

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