Editorial

Desrespeito ao lockdown

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

Chega a impressionar a falta de conscientização, entre outras coisas mais, de grande parte da população maranhense que não respeita o confinamento total para evitar a disseminação da Covid-19. O lockdown, que foi adotado por vários países como forma de combate à doença, no Maranhão a medida foi completamente desmoralizada, com pessoas circulando livremente, comércio aberto, e agências da Caixa lotadas de pessoas em busca do auxílio emergencial, ou seja, desrespeito total, principalmente, nos bairros mais populosos da Grande Ilha.

Ao contrário de posicionamentos do Governo Federal, o ministro da Saúde, Nelson Teich, já admite que o chamado lockdown - fechamento completo de atividades de uma cidade, exceto serviços essenciais - será uma ferramenta importante em locais com situação "muito difícil" do novo coronavírus. Ele levantou a hipótese de adoção da forma mais rígida de quarentena para conter o avanço da doença.

Tomando como exemplo a iniciativa do Maranhão de decretar restrições maiores, gestores estaduais já consideram o confinamento obrigatório em algumas regiões do país em que sistemas de saúde chegaram a estado de calamidade. Em algumas regiões brasileiras, o cenário de calamidade dos sistemas de saúde já é tão crítico por causa do coronavírus que a única saída agora seria uma maior restrição da circulação de pessoas.

O termo inglês lockdown, que em pouco tempo se tornou popular no vocabulário brasileiro, é confinamento ou isolamento compulsório e pode ter diferentes graus de rigor, da restrição maior de transporte público e privado ao bloqueio total de entradas de cidades ou estados. É diferente da adesão voluntária da população ao isolamento social porque pode restringir a circulação de pessoas através de bloqueios e punições - de multas a detenção -, como ocorreu na Itália e na Espanha, por exemplo.

É evidente que quando gestores decidem pelo lockdown, mesmo contrariando muitos, visa reduzir as contaminações pelo coronavírus e ganhar tempo para que os sistemas de saúde possam atender os pacientes mais graves. Se muita gente estiver infectada simultaneamente pode não haver leitos nos hospitais para todos - como já acontece em alguns estados do Brasil que atingiram ocupação máxima de leitos de UTI. Estudo já aponta o Brasil como novo epicentro global do coronavírus.

Um relatório divulgado quarta-feira, 6, pelo comitê do Nordeste, comandado pelo neurocientista Miguel Nicolelis e pelo ex-ministro Sérgio Rezende, afirma que “o lockdown é eficaz para reduzir a curva de casos e dar tempo para a reorganização do sistema de saúde”. O documento lembra que países que implementaram a medida conseguiram sair com rapidez do momento mais crítico da pandemia.

Uma pesquisa divulgada ontem, 7, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que a população brasileira continua favorável ao isolamento social (86%), apesar das possíveis perdas econômicas, e quase todo mundo (93%) mudou sua rotina durante o período de isolamento, em diferentes graus. No cenário pós-pandemia, três em cada dez brasileiros falam em voltar a uma rotina igual à que tinham antes.

Em relação ao retorno para o trabalho depois de terminado o isolamento social, 43% dos trabalhadores formais e informais afirmaram que se sentem seguros, enquanto 39% se dizem mais ou menos seguros e 18%, inseguros. A maior parte dos entrevistados (96%) considera importante que as empresas adotem medidas de segurança, como a distribuição de máscaras e a adoção de uma distância mínima entre os colaboradores. Para 82% dos trabalhadores, essas medidas serão eficientes para proteger os empregados de contaminação pelo coronavírus.


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